Publicado em 09/01/2025 às 14h08.

Ações da Vale fecharam em queda de 23% em 2024

Em dólares, o valor de mercado da mineradora caiu para abaixo de US$ 40 bilhões pela primeira vez desde 2016

Redação
Reprodução: Redes sociais

 

No ano de 2024, as ações da Vale tiveram o pior retorno desde 2015, apontam dados do InfoMoney. O Citi declarou que, com exceção de algumas semanas durante a crise advinda da Covid-19, o valor de mercado da Vale caiu para menos de US$ 40 bilhões pela primeira vez desde 2016.

A Vale ainda atravessa dificuldades, com queda de 5,5% nas primeiras sessões do ano de 2025. Grande parte desta queda se dá em decorrência da queda de 15% do desempenho do minério de ferro. O declínio é motivado por uma rede de fatores como a baixa demanda da China, elevados estoques e margens estreitas das siderúrgicas. A tendência se mantém neste ano, ante a decepções com os estímulos da China. Segundo notícia publicada pela InfoMoney, na quarta-feira (8), os futuros contratos do minério de ferro na bolsa de Dalian sofreram queda pela quarta sessão consecutiva, já que as últimas medidas de estímulo da China decepcionaram os investidores e enfraqueceram as perspectivas do mercado de aço.

É possível ser otimista nesse cenário?

Apesar da queda do minério estar afetando as ações da Vale, VALE3 oferece dividendos o bastante para compensar o investimento, destaca o Citi. “À primeira vista, o valor de mercado abaixo de US$ 40 bilhões parece subvalorizado em relação à média de 10 anos”, aponta o banco.

O Infomoney ainda aponta que a estimativa do Citi é de que o preço do minério de ferro fique em US$ 95 por tonelada em 2025, uma queda de aproximadamente 10% frente ao fechamento de 2024. Apesar da queda, haverá balanço entre oferta e demanda: “Esse cenário se baseia na suposição de que a produção de aço bruto da China atingiu o pico e haverá diminuição gradual. O fornecimento do Brasil e da Austrália deve ser mais forte novamente em 2025, exigindo cortes em outros lugares.”

O Citi entende que a Vale poderá reverter o pessimismo, caso acelere a geração de caixa e a remuneração aos acionistas.

O Bradesco BBI também segue esperançoso: “Embora a Vale permaneça altamente dependente da narrativa sobre a China, acreditamos que sua história do micro para macro (bottom-up) melhorou nos últimos meses e um impulso mais forte do fluxo de caixa livre (FCF) pode sustentar o desempenho do preço de suas ações em 2025. Vemos a Vale sendo negociada a um atraente rendimento de FCF de 15% esperado para 2025 (com o preço do minério de ferro em US$ 100/tonelada)”.

Qual é a posição do BTG Pactual?

A previsão do BTG Pactual é a de que haja mais revisões negativas para a VALE3, visto que os investidores ‘marcam a mercado’ um cenário de preços de minério de ferro materialmente mais enfraquecido à frente, destaca o Infomoney.

“Estamos optando por esperar por maior clareza no ambiente macro antes de fazer quaisquer mudanças significativas. Além disso, a história macro chinesa continua vulnerável (apesar das recentes discussões sobre estímulos), adicionando pressão em todo o setor siderúrgico e sobre os preços do minério de ferro. Ainda lutamos para ver uma valorização substancial do múltiplo/valuation com ações sendo negociadas a cerca de 4 vezes o Ebitda esperado para 2025 e rendimentos de dividendos na faixa de 5-7%”, avalia a equipe de análise do BTG Pactual.

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