Publicado em 10/01/2025 às 19h48.

Tartufo, comédia de Molière, estreia 17 de janeiro, na Sala do Coro do TCA

Espetáculo celebra 25 anos de fundação da Companhia Os Argonautas e 30 anos de carreira do ator e diretor Marcelo Flores

Redação
Foto: Caio Lírio/Assessoria

 

O espetáculo Tartufo – O Impostor, considerado uma das comédias mais célebres escritas pelo dramaturgo francês Molière, ganha montagem baiana e estreia no próximo dia 17 de janeiro, na Sala do Coro do Teatro Castro Alves. O público poderá assistir a peça até o dia 1º de fevereiro, de quinta a domingo, às 20h, sendo que aos sábados há sessões duplas, às 17h e às 20h. Os ingressos custam R$ 40,00 (entrada inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada). Realizada pela Companhia Os Argonautas, a montagem celebra os 25 anos de atuação do próprio grupo, que foi fundado em 1999, em Salvador. O projeto foi contemplado pelos editais da Lei Paulo Gustavo e tem apoio do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura.

Fiel ao texto clássico, mas com algumas adaptações ao momento contemporâneo, a peça retrata a hipocrisia moral e religiosa na figura da personagem-título. Tartufo, um falso religioso, consegue, com sua aparente fé e devoção, enganar Orgon, passando a viver em sua casa e a controlar a vida de toda a sua família. A partir daí, a trama se desenrola entre situações cômicas e desencontros amorosos, uma vez que Orgon deseja casar sua filha com Tartufo, mas os demais familiares irão desmascarar o impostor para tentar impedir o matrimônio. Entre as novidades da versão baiana está a inserção de músicas e de cenas ágeis em direta comunicação com a plateia, o que reforça o caráter popular da Commedia Dell’Arte e da obra de Molière.

O espetáculo também comemora os 30 anos de carreira de Marcelo Flores, que, além de dirigir a peça, interpreta o próprio Tartufo. “Uma das coisas que nós, Os Argonautas, mais gostamos de fazer é adaptar e revitalizar obras clássicas. Nós apresentamos a estética original da obra, mas aproximando ela da realidade brasileira e dos dias de hoje, ainda que a essência do texto clássico seja, justamente, o seu caráter de atualidade que se perpetua no tempo”, explica Marcelo, um dos fundadores d’Os Argonautas. Para ele, a expectativa da estreia está diretamente relacionada ao clima de celebração, já que humor, alegria e crítica social são elementos fortemente presentes tanto em Molière quanto em Os Argonautas.

Outra fundadora da companhia de teatro, Alethea Novaes lembra que Tartufo é o décimo espetáculo inédito realizado pelo grupo e tem um significado especial e oportuno. “A escolha de Tartufo tem bastante a ver com a temática, que traz reflexões bem-humoradas e dialoga muito com o tempo em que vivemos, além de ser uma dramaturgia deveras desenvolvida e perspicaz”, pontua Alethea. De fato, a versão baiana de Tartufo coloca em xeque a perigosa associação da religião com o poder, pauta que vem ganhando repercussão no debate público. Os chamados valores tradicionais da sociedade – família, moral, dinheiro e religião – são as cartas que Molière embaralha com astúcia em seu jogo engenhoso de crenças, paixões, golpes, mentiras e fé cega.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.