Prefeitura inaugura parque urbano no Bonfim voltado para recuperação da Mata Atlântica
O investimento total para a implantação da estrutura foi de R$10 milhões, entre serviços de jardinagem, obras e aquisição de mobiliários
A Prefeitura de Salvador inaugurou nesta quarta-feira (15) mais um parque urbano na capital baiana voltado para a conservação da Mata Atlântica, e que também servirá como espaço de lazer, de escola de jardinagem e de educação ambiental para a população. Trata-se do Centro de Interpretação da Mata Atlântica (Cima), localizado no Bonfim, que foi entregue pelo prefeito Bruno Reis (União Brasil) e pelo secretário de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-estar e Proteção Animal (Secis), Ivan Euler.
O projeto, elaborado pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), envolveu a requalificação de uma área verde de 13,8 mil metros quadrados localizada na Rua Baden Powell, no Bonfim, ao lado do Hospital Municipal do Homem (HMH). O investimento total para a implantação da estrutura foi de R$10 milhões, entre serviços de jardinagem, obras e aquisição de mobiliários. Surge, assim, um novo parque urbano para a capital baiana, com espaços de lazer e de visitação gratuita, que será administrado pela Secis.
“Nos últimos anos, a nossa marca foi a implementação de novos parques, e a recuperação dos que já existiam. Também a urbanização de diversas lagoas, e a preservação, através do PDDU, de mais de 16 mil quilômetros quadrados de Mata Atlântica em nossa cidade. E é por isso que temos o título de capital nacional da Mata Atlântica. Nenhuma cidade no Brasil preserva tanto o seu bioma como Salvador. Há um ano, entregamos o Viveiro de Restinga, lá em Stella Maris. Agora, estamos entregando este centro”, destacou.
O prefeito lembrou que Salvador é a capital que menos emite gases do efeito estufa no país e que tem investido no desenvolvimento sustentável – ou seja, crescimento econômico em equilíbrio com a preservação do meio-ambiente. “Aqui, vamos fazer educação ambiental para as crianças, pois a gente sabe a importância disso, que a criança aprenda desde cedo, na escola, a ter consciência e compromisso com a causa ambiental. Queremos perpetuar para as gerações presentes e futuras esse conhecimento”, disse.
O Centro de Interpretação da Mata Atlântica possui leiras, viveiros de mudas, edificações modulares para salas de aula, biblioteca, café, mirante, espaço administrativo e módulo para eventos de pequeno porte. As instalações levaram em conta a sustentabilidade ambiental, tendo paineis para a geração de energia solar, tetos verdes, iluminação natural e ventilação cruzada. O espaço ficará aberto ao público de terça a sábado, das 8h às 17h.
Como explicou Ivan Euler, o Cima é especializado na conservação e recuperação do bioma natural de Salvador. “Esse é um sonho antigo da cidade, de ter um espaço para trabalhar a preservação e a conservação da Mata Atlântica, um bioma extremamente importante, sendo o maior do Brasil, com 70% da população vivendo nele e com a maior biodiversidade do planeta. Então, esse é um tema que a gente precisa trazer de forma mais firme para o cidadão, e esse equipamento vai tratar especificamente deste assunto”, afirmou.
O titular da Secis destacou a criação de uma biblioteca verde, com livros específicos sobre a Mata Atlântica. “Uma iniciativa inovadora, não conheço outra igual no Brasil. Temos uma sala da Mata Atlântica e um mini horto para trabalhar a conscientização e a educação ambiental. Também vamos entregar em breve uma sala imersiva, que é outra novidade, que terá projeções de imagens e de áudio com conteúdos sobre preservação ambiental”, disse.
Como curiosidade, o espaço ganhou uma estátua de Charles Darwin, naturalista britânico e biólogo fundador da Teoria da Evolução das Espécies. “Para quem não sabe, a primeira vez em que Darwin conheceu uma floresta tropical na vida dele foi aqui em Salvador, em 1832, quando tinha 22 anos. Ele não conhecia antes, se encantou com a nossa Mata Atlântica e a partir daí começou a desenvolver estudos que se transformaram na teoria da evolução”, explicou Ivan Euler.
A presidente da FMLF, Tânia Scofield, afirmou que a área verde já existia, mas estava totalmente degradada, e precisava de uma intervenção para preservá-la. Segundo ela, a preservação da Mata Atlântica é atualmente uma das principais diretrizes da gestão municipal, e o Cima vem para complementá-la.
“A gente queria criar um espaço que fosse de convívio, de integração, para que as pessoas viessem aqui e entendessem a importância da Mata Atlântica. Eu diria que é um espaço de lazer e de contemplação da natureza, até porque temos aqui um mirante para a Baía de Todos-os-Santos. Mas, também, é um espaço em que a gente pode ter palestras e uma área em que a população daqui do Bonfim, da Ribeira, de toda a Cidade Baixa, pode vir para ouvir uma música calma e assistir ao pôr do sol”, afirmou Tânia Scofield.
A implementação do Centro de Interpretação da Mata Atlântica (Cima) se junta a outras iniciativas da Prefeitura para a preservação do meio ambiente. Na última década, a cidade teve áreas verdes requalificadas e devolvidas à população, como o Parque da Cidade, a Lagoa dos Pássaros, a Lagoa dos Dinossauros e o Jardim Botânico. Outros foram criados, como o Parque Pedra de Xangô e o Viveiro de Restinga.
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