Publicado em 28/01/2025 às 17h19.

Movimento SOS Buracão terá cortejo na festa de Iemanjá

Iniciativa da Associação de Moradores da Rua Barro Vermelho reforça luta em defesa da praia

Redação
Foto: SOS Buracão

 

O 2 de fevereiro é marcado, todos os anos, pela presença de uma multidão vestida predominantemente de branco e azul que comparece ao bairro do Rio Vermelho para reverenciar Iemanjá, mãe de todas as águas. Saudando a rainha do mar, o movimento SOS Buracão fará um cortejo celebrativo e de reafirmação da luta em defesa da praia do Buracão.

A concentração para a caminhada será a partir das 9h, nas escadarias da praia do Buracão. Às 10h, o grupo sairá em cortejo embalado por um grupo de fanfarra animando nas ruas do Rio Vermelho e agregando ambientalistas, moradores e visitantes que defendem a praia do Buracão frente à especulação imobiliária praticada pela Odebrecht com anuência da Prefeitura de Salvador por tentar construir dois espigões pé na areia que gerarão diversos problemas irreversíveis, incluindo a sombra na praia, que trazem consequências diretas para a vida marinha e a balneabilidade.

O cortejo seguirá até a Casa Rosa, nas proximidades do Largo da Mariquita, quando o grupo retornará pelo mesmo trajeto até as areias da praia do Buracão. A manifestação promete levar alegria para as ruas do bairro boêmio de Salvador, com fé e reverência a Iemanjá além de dar visibilidade à luta ambientalista em defesa do território.

À frente da mobilização, a Associação de Moradores da Rua Barro Vermelho, está comercializando camisetas celebrativas temáticas de Iemanjá. Toda a renda será revertida para a luta do coletivo em defesa da praia. Mais informações na página do movimento no Instagram @sos.buracao.

Consequências

A tentativa nefasta da Odebrecht em edificar os espigões afetará o turismo e o comércio local já que diversos barraqueiros atuam na praia e dependem diretamente do turismo proporcionando empregos permanentes, ao contrário da construção civil que proporciona empregos temporários. Outros problemas também são recorrentes como o trânsito muito mais movimentado em uma rua/beco sem saída e a falta de circulação de ar. O plano da construtora é erguer duas torres pé na areia variando entre 16 e 18 andares e altura de 54m. Para ter uma ideia do que isso representa, o Cristo Redentor tem 38m e o Farol da Barra 22m.

A especialista em meio ambiente, Socorro Colen, adianta que as máquinas e equipamentos pesados trabalhando numa rua estreita e sem saída irá gerar poluição sonora e trepidação do solo, causando também desequilíbrio no ambiente marinho, já que no Buracão aparecem com frequência baleias jubartes e tartarugas para fazer a desova, além de variadas espécies de peixes.

“Construir prédios altos e luxuosos às margens da praia, colados na areia, resulta em zonas de sombreamento na areia com consequente geração de doenças ocasionadas por microrganismos que, se tivessem luz solar, seriam dizimados. A areia seca contaminada por fezes de animais (cães e gatos) é capaz de transmitir parasitas e larvas, como o bicho geográfico. Ao revolver a areia e expor ao sol, eliminam-se os microrganismos. Doenças como diarreias, gastroenterites, alergias na pele, parasitoses e viroses são eliminadas pelos raios solares.”, reitera.

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