Publicado em 11/02/2025 às 08h04.

Brasil registra pior nota histórica e tem queda em ranking global de corrupção

Com 34 pontos, o país continua abaixo da média da América Latina, que é de 42 pontos, e também da média global, de 43 pontos

Redação
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

 

O Brasil caiu para a 107ª posição no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) de 2024, divulgado pela organização Transparência Internacional, e atingiu sua pior pontuação e colocação desde o início da série histórica, que pode ser comparada a partir de 2012. Com 34 pontos, o país continua abaixo da média da América Latina, que é de 42 pontos, e também da média global, de 43 pontos.

O IPC é calculado a partir de treze pesquisas feitas por doze organizações internacionais, que avaliam a percepção de corrupção em 180 países, com base em entrevistas com especialistas e empresários. A pontuação vai de 0 a 100, sendo que quanto menor a pontuação, pior a percepção de corrupção. Em 2023, o Brasil tinha recebido 36 pontos e ocupava a 104ª posição.

O declínio do país no índice é um reflexo de diversos fatores que prejudicam a percepção da corrupção, segundo a Transparência Internacional. Entre os principais pontos destacados estão o silêncio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a pauta anticorrupção, a falta de transparência e as condições inadequadas de controle social no Novo PAC, e a percepção de crescente ingerência política na Petrobras.

A Transparência também aponta como prejudiciais à imagem do Brasil as reiteradas negativas do Governo a pedidos de acesso à informação, sob a justificativa de conterem dados pessoais, incluindo casos envolvendo membros da alta cúpula do governo. Outro fator citado é a persistência de corrupção no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), com envolvimento do Centrão e desvios de emendas parlamentares.

Além disso, o IPC cita o arquivamento e a anulação de casos de macrocorrupção, como os decorrentes do acordo de leniência do Grupo Odebrecht, que foram anulados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) devido à invalidação de provas.

O Brasil já havia registrado sua melhor pontuação em 2012 e 2014, com 43 pontos, mas desde então os índices têm mostrado um declínio constante.

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