Publicado em 13/02/2025 às 09h41.

SPM, UNFPA e Embaixada Britânica realizam formação sobre tráfico de mulheres

Encontro ocorreu na terça e quarta-feira (11 e 12) em Salvador

Redação
Foto: Ane Novo

 

A Secretaria das Mulheres do Estado (SPM) sediou, nestas terça e quarta-feira (11 e 12), um encontro formativo do projeto “Nas Trilhas de Cairo”, promovido pelo Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa), em parceria com a Embaixada Britânica. A atividade, cujo foco foi a igualdade de gênero e o respeito aos direitos humanos, reuniu representantes do Ministério das Mulheres e de 12 organizações da sociedade civil, que atuam no enfrentamento ao tráfico de pessoas, à exploração sexual e à violência baseada em gênero.

Nesses dois dias, foram discutidas estratégias de mobilização, advocacy e fortalecimento de políticas públicas voltadas para a prevenção e o combate ao tráfico de pessoas e à exploração sexual, que são problemas graves no Brasil, especialmente na Amazônia Legal, uma região marcada pela degradação ambiental e pela atuação de redes criminosas. Desde 1995, mais de 57 mil brasileiros foram resgatados de situações análogas à escravidão, um número superior à população de 89% dos municípios brasileiros. Em média, 2.063 pessoas são retiradas anualmente de condições de trabalhos degradantes.

Como parte da programação, as formações abordaram o “Tráfico de pessoas – caminhos para prevenir e combater” e a “Violência baseada em gênero e justiça reprodutiva”. Também foi realizada roda de conversa com o tema “Construindo caminhos para o enfrentamento ao tráfico de pessoas”, possibilitando uma abordagem interseccional sobre as múltiplas formas de violência enfrentadas por mulheres e meninas. O evento destacou, ainda, a importância de uma maior cobertura jornalística para ampliar a sensibilização sobre esses problemas.

Para a superintendente de Prevenção e Enfretamento à Violência contra as Mulheres, da SPM, Camila Batista, que representou a secretária das Mulheres do Estado, Neusa Cadore, o encontro formativo fortalece a articulação intersetorial para enfrentar as violações de direitos e garantir maior proteção às mulheres e meninas brasileiras. “Este é um importante encontro com organizações da sociedade civil que atuam no Brasil no combate ao tráfico de pessoas, à exploração sexual e à violência baseada em gênero, reforçando o compromisso com a proteção e os direitos das meninas e mulheres”, destacou.

Maura Souza, da Coordenação Geral de Fortalecimento da Rede de Atendimento do Ministério das Mulheres, participou do evento virtualmente e ressaltou a importância das parcerias entre as três esferas de governo para o enfrentamento da violência de gênero. “A Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres tem desenvolvido um trabalho fundamental para fortalecer parcerias institucionais, promover a participação política das mulheres e articular ações com a sociedade civil. Desde 2023, estamos reconstruindo políticas de gênero e equidade, além de implementar estratégias que impactam diretamente a vida das mulheres, seja na promoção da autonomia econômica, na participação política ou no enfrentamento à violência”, afirmou.

Luana Silva, oficial de Gênero, Raça e Etnia do Unfpa, conduziu a formação e destacou a relevância da atuação das organizações da sociedade civil no enfrentamento às violações de direitos. “Acreditamos na força das mulheres e na importância do fortalecimento desses parceiros para promover mudanças significativas. O Unfpa tem como missão garantir os direitos humanos e o bem-estar das populações, com foco na saúde sexual e reprodutiva, igualdade de gênero e combate à violência baseada em gênero. Quero agradecer a SPM por essa parceria consolidada nos últimos dois anos”, disse.

A assistente social Roseli de Oliveira, integrante da organização Tamo Juntas, de Salvador, também falou sobre o alcance social da iniciativa. “Nosso projeto é voltado para mulheres e meninas e financiado pelo Unfpa. Essa formação é muito importante para entendermos como funciona e também para debater o tema da exploração sexual contra mulheres e meninas”, disse.

Ana Carolina Muramatsu, de São José do Rio Preto, representante da Nação Valquírias, também falou sobre a importância da capacitação. “Nosso país tem uma diversidade imensa de territórios, mas as violências que as mulheres atravessam são semelhantes. As mulheres negras e as crianças são as mais vulneráveis. Então, é muito importante estar aqui representando minha instituição, compartilhar nossas experiências e, juntas, buscarmos mudanças significativas no país, além de nos acolhermos mutuamente”.

Participaram da formação as seguintes organizações: Associação Beradeiro (Rondônia); Associação de Trabalhadoras Domésticas Tereza de Benguela (Minas Gerais); Associação DPAC Fronteira (Amapá); Associação Vitória Régia (Amazonas); Coletivo Feminista de Mulheres Negras Ajunta Preta (Tocantins); Cores Movimento de Defesa da Cidadania e do Orgulho LGBT+ (Pernambuco); Federação das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad) e Tamo Juntas (Salvador); Grupo Sabá (Roraima); Humanidade Mais que Fronteiras (Roraima); Instituto de Pesquisa em Direito e Tecnologia do Recife – IP.Rec (Pernambuco); e Instituto Valquírias World / Nação Valquírias (São Paulo).

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