Publicado em 20/02/2025 às 14h07.

Flávio Bolsonaro defende Mauro Cid e diz que delação do militar ocorreu sob tortura psicológica

"Eu acredito na delação verdadeira que ele fez, foi aquela dos áudios vazados em que ele disse que estava fazendo tudo sob uma tortura psicológica", disse o senador

Carolina Papa
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

 

O senador Flávio Bolsonaro (PL) saiu em defesa do ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid, diante do indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo crime de Golpe de Estado. O parlamentar, em uma publicação no Instagram, afirmou que o militar concedeu a delação premiada sob “tortura psicológica”. 

“Eu lamento mais uma vez que tudo isso tenha se baseado em um copia e cola do que o Sid falou. Em defesa do Sid, eu acredito na delação verdadeira que ele fez, foi aquela dos áudios vazados em que ele disse que estava fazendo tudo sob uma tortura psicológica”, disse o senador.

“Já estava tudo armado e planejado, que eles só queriam ali que o Sid colaborasse com alguma fala para que isso servisse de base para formalizar essa acusação contra o presidente Bolsonaro, inclusive lembrando que ele vinha sempre ficando em silêncio nas oitivas da Polícia Federal”, acrescentou.

Na gravação, Flávio Bolsonaro apontou que as colaborações de Sid à Polícia Federal ocorreram após o ex-ajudante ser “proibido de ver suas próprias filhas”, configurando uma “uma clara tortura” e que os depoimentos ocorreram sob “uma total falta de voluntariedade”.

“A partir do momento em que ele é proibido de ver suas próprias filhas, ele é proibido de ter contato com a sua esposa, ele é proibido de ter contato com seu pai. Algumas horas depois ele resolve ir e começar a botar no papel algumas coisas, obviamente, sob uma clara tortura, uma total falta de voluntariedade no que ele botou, no que ele depunha naquele momento. E qualquer pessoa humana entende que uma pessoa na situação como a que ele estava falaria o que teve e o que não teve, principalmente o que não teve, para satisfazer a vontade daqueles que estavam querendo ali, ameaçando deixá-lo preso por algumas décadas”, destacou. 

A denúncia contra Bolsonaro foi oferecida na terça-feira (18) pela PGR. Na quarta, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, derrubou o sigilo do acordo de delação premiada de Mauro Cid. O militar prestou cerca de 14 depoimentos. O acordo de delação premiada entre Mauro Cid e a Polícia Federal ocorreu em de 2023.

Carolina Papa

Jornalista. Repórter de política, mas escreve também sobre outras editorias, como cultura e cidade. É apaixonada por entretenimento, música e cultura pop. Na vida profissional, tem experiência nas áreas de assessoria de comunicação, redação e social media.

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