Publicado em 24/02/2025 às 14h36.

Anielle Franco rebate falas de Silvio Almeida: ‘Estratégia repulsiva’

“Minimizar suas dores e transformar relatos graves em ‘fofocas’ e ‘brigas políticas’ é inaceitável”, afirmou a ministra

Redação
Foto: Wilson Dias/ Agência Brasil

 

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco (PT-RJ), reagiu nesta segunda-feira (24) às declarações do ex-ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida, classificando como “inaceitável” sua tentativa de “desqualificar” e “minimizar” as denúncias de assédio sexual, feitas por ela.

Segundo matéria do InfoMoney, a manifestação de Franco vem como resposta ao comentário do ex-ministro, que afirmou que ela teria se “perdido num personagem” ao denunciá-lo por assédio. A ministra acusou Almeida de tentar “descredibilizar as vítimas de assédio” com sua fala. “Minimizar suas dores e transformar relatos graves em ‘fofocas’ e ‘brigas políticas’ é inaceitável”, afirmou a ministra por meio de nota.

A ministra destacou que o direito à defesa não pode ser utilizado como instrumento de “desinformação e revitimização”.

“Na véspera de prestar depoimento à Polícia Federal como investigado, o acusado escolheu utilizar um espaço público para atacar e desqualificar as denúncias, adotando uma postura que perpetua o ciclo de violência e intimida outras vítimas”, disse Anielle.

Anielle ainda definiu as declarações de Sílvio como parte de uma “estratégia repulsiva” e afirmou que insinuar retaliações contra quem denuncia, “reforça estruturas de silenciamento e impunidade”.

“Importunação sexual não é questão política, é crime. Sendo assim, reitero minha confiança na seriedade das investigações conduzidas pela Polícia Federal e reforço meu compromisso com a defesa das vítimas e o combate à violência de gênero e raça”, completou a ministra.

Sílvio Almeida, que havia permanecido em silêncio por cinco meses, se pronunciou sobre as acusações em entrevista ao UOL, negando as alegações de assédio sexual. Ele acusou Anielle de participar de um “espalhamento de fofocas e intrigas” para tentar desgastá-lo. O ex-ministro foi demitido em setembro do ano passado, após a ministra relatar episódios de assédio a colegas, ministros e à primeira-dama, Janja.

O ex-ministro será ouvido pela Polícia Federal nesta terça-feira (25) como investigado em inquérito sobre as denúncias de Anielle. O caso segue em segredo de Justiça. Além das acusações, envolvendo a ministra, a ONG Me Too Brasil informou ter recebido outras denúncias de assédio sexual contra o ex-ministro.

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