Publicado em 24/02/2025 às 19h39.

Cinema de gênero desponta como motor do audiovisual brasileiro, avalia Klaus Hastenreiter

Com a ascensão das plataformas de streaming, filmes de gênero estão atravessando fronteiras e alcançando audiências globais

Redação
Foto: Assessoria

 

O cinema de gênero está ganhando espaço no Brasil e pode se tornar a chave para a revitalização da indústria cinematográfica nacional. É o que defende o cineasta Klaus Hastenreiter, diretor e fundador da Olho de Vidro Produções. Para ele, produções de terror, fantasia, musical e ficção científica não apenas conquistam públicos diversificados, mas também projetam o Brasil no cenário internacional. “O cinema de gênero é o futuro do cinema brasileiro e vai salvar nosso mercado”, afirma.

Com a ascensão das plataformas de streaming, como Netflix e Amazon Prime, filmes de gênero estão atravessando fronteiras e alcançando audiências globais. Essa mudança permitiu que produções brasileiras, antes restritas a um nicho, ganhassem visibilidade em festivais renomados, como Cannes, Veneza e Berlim. “A globalização do cinema permitiu uma aproximação entre festivais de nicho e premiações comerciais. Isso é reflexo da busca de estúdios e streamings por valorização do produto que estão criando”, analisa Hastenreiter.

No Brasil, um país marcado por transformações sociais e políticas constantes, o cinema de gênero tem se consolidado como uma ferramenta para provocar reflexões sobre a realidade nacional. “Esse tipo de produção oferece uma experiência sensorial que vai além do entretenimento, levando o espectador a questionar o mundo ao seu redor”, destaca o cineasta.

Diretores como Kleber Mendonça Filho (“Bacurau”, “Aquarius”), Juliana Rojas (“As Boas Maneiras”, “Cidade; Campo”) e Gabriela Amaral Almeida (“A Sombra do Pai”, “Animal Cordial”) têm demonstrado que é possível criar obras de impacto que dialogam com a realidade brasileira e conquistam espaço em premiações internacionais.

Sucesso de bilheteria

O potencial comercial do cinema de gênero no Brasil é evidente. Filmes como “O Auto da Compadecida 2” e “Ainda Estou Aqui” demonstram que há um público interessado nessas produções. “Ainda Estou Aqui”, o primeiro filme 100% brasileiro indicado na categoria de Melhor Filme no Oscar, mescla elementos de thriller e cinema policial para criar tensão narrativa. “Se filmes estrangeiros ultrapassam a marca de 4 milhões de espectadores no Brasil, nada impede que filmes nacionais de gênero possam atingir marcas ainda maiores”, projeta Hastenreiter.

Perspectivas para o futuro

O crescimento do mercado interno, o avanço tecnológico e uma estratégia de distribuição eficiente são fatores essenciais para consolidar o gênero como um dos pilares do audiovisual brasileiro. O cineasta destaca a importância de políticas públicas e da formação de plateia para ampliar o alcance das produções nacionais. “A troca cultural e o acesso democratizado às ferramentas de produção indicam uma nova era para o cinema brasileiro”, finaliza.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.