Publicado em 03/03/2025 às 08h20.

Primeiro Oscar para o Brasil chega após cinco tentativas ao longo da história

Filme de Walter Salles vence na categoria de Melhor Filme Internacional, marcando a trajetória brasileira com cinco indicações ao prêmio, terceiro maior número na América Latina

Redação
Foto: Matt Sayles/ The Academy

 

No último domingo (2), a 97ª edição do Oscar, organizada pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, proporcionou um marco histórico ao premiar, pela primeira vez, um filme brasileiro.

O longa “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, conquistou a estatueta de Melhor Filme Internacional. Embora também tenha competido nas categorias de Melhor Filme e Melhor Atriz (pela atuação de Torres), o filme acabou ficando atrás de “Anora” e de Mickey Madison, respectivamente.

Essa vitória representa o primeiro Oscar do Brasil na categoria, somando à trajetória do país que já conta com cinco nomeações nesse segmento – o terceiro maior número de indicações na América Latina, atrás somente do México e da Argentina com nove e oito indicações respectivamente.

A história das indicações brasileiras no Oscar começou em 1963 com “O Pagador de Promessas”, dirigido por Anselmo Duarte e lançado em 1962, que narra a jornada de Zé do Burro (Leonardo Villar) na tentativa de cumprir uma promessa, ao carregar uma cruz de madeira até a igreja do Santíssimo Sacramento do Passo, no Centro Histórico de Salvador. Apesar de ter sido o único título brasileiro a conquistar a Palma de Ouro, prêmio máximo do Festival de Cannes, o filme não conseguiu o Oscar, ficando atrás do francês “Les dimanches de Ville d’Avray”.

A segunda indicação do Brasil na categoria ocorreu em 1996 com “O Quatrilho”, de Fábio Barreto, que retrata imigrantes italianos em uma comunidade rural do Rio Grande do Sul no ano de 1910, contando com atuações de Patrícia Pillar e Glória Pires – mas a estatueta foi para o holandês “A Excêntrica Família de Antônia”. Em 1998, a terceira indicação veio com “O Que É Isso, Companheiro?”, que, assim como “Ainda Estou Aqui”, se passa durante o período da Ditadura Militar brasileira e conta com Selton Mello e Fernanda Torres; entretanto, o prêmio ficou com o belga-holandês “Karakter”.

Antes desta vitória, a última indicação brasileira havia sido por “Central do Brasil”, também de Walter Salles, lançada em 1998 e que concorreu na 71ª edição do Oscar em 1999, mas foi superada pelo italiano “A Vida É Bela”.

Além disso, “Ainda Estou Aqui” conta com a participação de Fernanda Montenegro, mãe de Fernanda Torres, que também foi indicada na categoria de Melhor Atriz nesta edição, mas acabou perdendo para Gwyneth Paltrow, vencedora por “Shakespeare Apaixonado”.

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