Publicado em 03/03/2025 às 23h22.

Tapete Branco dos Filhos de Gandhy toma conta do circuito Dodô no penúltimo dia do Carnaval

Com 76 anos de história, o afoxé reuniu uma multidão vestida de branco nesta segunda-feira (3)

Redação
Foto: Jefferson Machado/GOVBA

 

No penúltimo dia do Carnaval de Salvador, o bloco Filhos de Gandhy desfilou pelo circuito Barra-Ondina mantendo sua tradição de paz e ancestralidade. Com 76 anos de história, o afoxé reuniu uma multidão vestida de branco nesta segunda-feira (3).

O bloco conta com apoio do governo do Estado por meio do Programa Ouro Negro, que em 2025 tem um investimento recorde de R$ 15 milhões para fortalecer entidades culturais de matriz africana, incluindo blocos afro, afoxés, samba, reggae e blocos de índio.

“São 76 anos de resistência, mantendo a cultura de paz e tradição. O Carnaval sem o Gandhy não é Carnaval”, afirmou Gilsoney de Oliveira, presidente do bloco. Ele também ressaltou a importância do incentivo governamental. “Quero parabenizar o governador Jerônimo Rodrigues por fomentar a cada ano esses blocos, que sem esse apoio não poderiam continuar com essa cultura afro-baiana”, disse.

Para muitos foliões, desfilar no Filhos de Gandhy representa mais do que uma festa. Danilo Azevedo, que participa do bloco há 20 anos, levou o sobrinho de 17 anos para viver a experiência. “Sou de Sergipe e venho há duas décadas desfilar no Gandhy. Para mim, não é só brincar o Carnaval, é relembrar meu passado”, disse. Mestre em Ciência da Religião, ele reforça a ligação do bloco com a ancestralidade. “Minha família é de origem negra, meus avós são descendentes quilombolas.”

Com seus turbantes, colares azuis e brancos e a tradicional alfazema, os Filhos de Gandhy seguem arrastando multidões e mantendo viva a herança cultural afro-baiana no Carnaval de Salvador.

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