Publicado em 04/03/2025 às 19h40.

Pigossi diz que governo Bolsonaro criminalizou a cultura e anuncia estreia de filme no Brasil

Ao bahia.ba, o ator afirmou que o Carnaval de Salvador é lindo; confira a entrevista

João Lucas Dantas / Neison Cerqueira
Foto: Vitor Pereira/bahia.ba

 

O ator Marco Pigossi está de volta ao Carnaval de Salvador. Desde que se mudou para os Estados Unidos, em 2020, o artista encontrou dificuldades para conciliar a agenda, mas deu um jeitinho em 2025 para marcar presença na folia momesca. E trouxe o marido, Marco Calvani, para prestigiar o maior evento de rua do planeta.

Ao bahia.ba, Pigossi afirmou que a festa está linda. “O Carnaval está sendo lindo. Por mim, eu voltava todo ano, mas não tem Carnaval nos Estados Unidos, né? Me mudei para lá em 2020 e nunca consegui conciliar de voltar. Agora eu vim e trouxe o meu marido, que é italiano. Então, é a primeira experiência dele. Ele se emocionou tanto ontem, foi tão lindo de ver! E estou super feliz de estar aqui. A Bahia é o meu lugar preferido do mundo”, revelou o artista, que esteve presente no Camarote Expresso 2222 nesta terça-feira (4).

Marco falou sobre o seu mais novo trabalho, o filme Maré Alta, que estreará nos cinemas de todo o Brasil no dia 20 de março. “É um filme que fala sobre um imigrante brasileiro ilegal, que vai para os Estados Unidos fugindo de uma família conservadora e ele vai se encontrar como um homem gay. O filme é dirigido e escrito pelo meu marido, produzido e atuado por mim. A gente brinca que é o nosso primeiro filho, né? E o filme foi super bem, a gente rodou vários festivais, ficou em cartaz nos Estados Unidos. A gente está indicado ao Glaad Awards, que é um prêmio considerado o Oscar Queer. Eu estou muito feliz. Todo mundo que estiver aqui em Salvador, vamos ao cinema assistir Maré Alta”, convocou.

Por falar em filme, Marco repercutiu a conquista do Oscar por Ainda Estou Aqui. Ele criticou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro que, segundo o mesmo, criminalizou a cultura do Brasil. “Eu sinto que a gente está voltando a um momento tão bonito no cinema brasileiro, não só com ‘Ainda Estou Aqui’, mas com ‘Baby’, com ‘Malu’. Foi um ano incrível do nosso cinema, filmes premiados no mundo inteiro. Foi uma vitória geral! A Fernanda Torres ganhou, o filme ganhou, o filme internacional ganhou. Tudo isso é o reconhecimento da nossa potência, é um orgulho para todos nós, é uma festa coletiva. Depois de quatro anos de criminalização da cultura no governo anterior, a gente volta a unir o público ao artista. Aquela gestão (de Bolsonaro) criou uma coisa única na história, que é colocar o público contra o artista. Eu vejo que esse momento representa a gente fazendo as pazes. Todo mundo torceu pela Fernanda, pelo filme, pelo Walter (Salles), então, é um momento lindo de viver. É uma alegria. E agora o importante é a gente continuar acreditando no nosso cinema e contando as nossas histórias”, declarou ao bahia.ba.

Pigossi também comentou sobre sua participação no spin-off de The Boys, Gen V, lançado no último ano, no Prime Vídeo, marcando a sua estreia oficial no mundo de Hollywood e o que isso representa para a sua carreira.

“É uma luta, é uma construção, é um recomeço também. Eu tinha uma carreira aqui, mas ela não necessariamente se traduz nos Estados Unidos. Ninguém me conhece lá ainda, então, é um novo capítulo, mas é tão bonito, porque é um novo início com 36 anos de idade com calma, com maturidade, com sabedoria para escolher bons projetos. Tem sido uma experiência maravilhosa”, expressou o ator conhecido também pela série da Netflix, Cidade Invisível.

“O meu primeiro filme a ser lançado em Hollywood é o Maré Alta. O filme é tão brasileiro, é uma produção americana, mas a gente abre o filme com um poema do Oswald de Andrade. Essa sempre foi a minha vontade. Levar o Brasil pro mundo e trazer essa produção americana pra gente”, conclui o ator.

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