Lula apoia Albert Ramdin para presidência da OEA e desafia influência de Trump
Governo brasileiro aposta no diplomata surinamês para contrapor ofensiva conservadora dos EUA

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) inaugurou uma nova disputa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao confirmar o apoio à candidatura do diplomata surinamês Albert Ramdin para liderar a Organização dos Estados Americanos (OEA). O novo chefe será escolhido em 10 de março, enquanto os EUA se organizam para endossar oficialmente o ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, apoiado por grupos conservadores norte-americanos.
O Ministério das Relações Exteriores do governo Lula oficializou o apoio a Albert Ramdin na última terça-feira (4). Além do Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia e Uruguai também se posicionaram a favor da candidatura. A estratégia do Itamaraty e de seus aliados na América Latina é fortalecer um nome que possa resistir à ofensiva de Trump, que tenta moldar o organismo para ampliar a influência dos EUA na região.
- O chanceler do Suriname, Albert Ramdin, ao lado do ministro das Relações Exteriores do governo Lula, Mauro Vieira, em fevereiro, após reunião da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica.
- Rubén Ramírez Lezcano, candidato à presidência da OEA e ministro das Relações Exteriores do Paraguai, em encontro com Donald Trump em novembro de 2024.
- O chanceler do Suriname, Albert Ramdin, designado por Lula para a presidência da OEA.
Na formalização do apoio a Albert Ramdin, o Itamaraty destacou sua “vasta experiência na diplomacia”, ressaltando seu desempenho como “secretário-geral adjunto da OEA”. Segundo o governo Lula, o diplomata possui uma “posição única para enfrentar os desafios contemporâneos de nossos países, oferecendo uma nova perspectiva que reflita as realidades e aspirações do Caribe e de toda a América”.
Por outro lado, Rubén Ramírez Lezcano integra o governo de direita paraguaio e atua como ministro das Relações Exteriores do presidente Santiago Peña, do Partido Colorado. Representante de uma administração conservadora, Lezcano reuniu-se com Donald Trump em novembro do ano passado, na residência de Mar-a-Lago, e, conforme a diplomacia paraguaia, ambos concordaram em “avançar na agenda bilateral, reforçar as relações e fomentar o desenvolvimento econômico nos dois países”.
O futuro presidente da OEA comandará o organismo internacional pelos próximos cinco anos, e ter um aliado na direção é considerado estratégico. Recentemente, o órgão tem sido alvo de críticas de conservadores e progressistas, especialmente devido à elaboração de um relatório sobre liberdade de expressão, que está em fase final na Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
Embora os países signatários sejam, em teoria, obrigados a acatar as determinações da Corte de Direitos Humanos, essa prática nem sempre se efetiva. Mesmo assim, as decisões deste órgão geram repercussões tanto internacionais quanto internas. Nesse contexto, bolsonaristas pressionaram o relator da Comissão para incluir, em seu parecer, o que definem como “abusos” do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, enquanto o governo Lula afirma ter sido vítima de uma suposta tentativa de golpe de Estado.
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