Publicado em 07/03/2025 às 13h43.

Lula vive seu pior momento e precisa ouvir mais os partidos aliados, diz presidente do União Brasil

Antonio Rueda também fez críticas a nomeação de Gleisi Hoffman, mas descartou um desembarque imediato de sua sigla do Governo Lula

Redação
Foto: Jorge Jesus/bahia.ba

 

O presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, partido que comanda dois ministérios da Esplanada, fez sua avaliação sobre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo ele, Lula vive seu pior momento do atual mandato, e precisa ouvir mais os partidos aliados.

Segundo matéria da Folha de São Paulo, o comentário de Rueda é feito em meio a reforma ministerial que tem gerado comoção dos partidos, que pleiteiam maior espaço no governo. Até o momento, porém, apenas o PT, partido do presidente, foi contemplado.

Rueda também fez críticas ao anúncio de Gleisi Hoffmann, presidente do PT, para a articulação política, e uma possível nomeação do deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) para a Secretaria-Geral da Presidência. Para ele, ambas as indicações são sinais de um estreitamento do governo Lula, em meio a um momento de baixa popularidade do presidente.

O advogado afirmou ainda que Lula precisa ampliar seus canais de diálogo. Mas, na sua opinião, o presidente não parece tão disposto a ouvir. “O governo não está bem. Não sou eu que estou dizendo. São as pesquisas. Lula passa pelo pior momento e não parece que esteja ouvindo”, afirmou.

A rejeição do nome do líder do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), para a Secretaria de Relações Institucionais, embora apoiado pelos dirigentes do centrão, foi citada por Rueda como exemplo. Segundo ele, a nomeação de Boulos para a Secretaria-Geral seria um sinal “de que só querem falar entre eles”, ainda que a função da pasta seja estabelecer relacionamento com movimentos sociais.

“O presidente da República tem que ser ‘assessorável’, tem que ouvir as melhores pessoas. Lula não está sendo ‘assessorável’. Tem que se abrir mais.”

Apesar das críticas, Rueda descarta a possibilidade de um desembarque imediato de sua sigla do governo Lula, mesmo com uma eventual saída do PP, como indicado pelo presidente do Progressistas, Ciro Nogueira, em entrevista recente à Folha.

“Queremos que o governo dê certo. Mas, se o governo não melhorar, ninguém vai querer ficar”, disse ainda o dirigente do União.

Bolsonaro

As declarações de Rueda também surgem em meio a cobrança por parte de alguns aliados do governo Lula por uma maior fidelidade do União Brasil nas votações no Congresso Nacional, com pena, inclusive, de perda de espaço em reforma ministerial, além das negociações de uma improvável fusão com o PP, sigla alinhada com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Rueda, por sua vez, posou para fotos ao lado de Bolsonaro, em Angra dos Reis, na quarta-feira (5). Segundo ele, o encontro com o ex-presidente ocorreu a convite do presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil). O tema do encontro foi um debate com a aliança para a disputa ao Palácio Guanabara no ano que vem. Bacellar é pré-candidato ao Governo do Rio.

O presidente do União Brasil descreveu a conversa como um exercício da democracia. “Tenho que ouvir as forças relevantes. E Bolsonaro é relevante”, justificou.

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