Publicado em 11/03/2025 às 11h34.

Iphan inicia obras na Igreja de São Francisco um mês após morte de turista em desabamento

Força-tarefa do instituto recomendou a interdição de seis igrejas e dois imóveis residenciais; intervenções emergenciais são estimadas em R$ 1,3 milhão

Redação
Foto: Reprodução/Assessoria

 

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) iniciou os serviços emergenciais para estabilização, remoção e acondicionamento dos elementos do forro da nave e da cobertura da Igreja de São Francisco, no Pelourinho. O trabalho ocorre um mês após parte do teto desabar e matar a turista Giulia Panchoni Righetto, de 26 anos. Outras cinco pessoas ficaram feridas. Giulia foi atingida na cabeça quando visitava o local com amigos no dia 5 de fevereiro. As obras são estimadas em R$ 1,3 milhão.

As intervenções incluem a realização de levantamentos e diagnósticos, escoramento e remoção de elementos instáveis, consolidação dos elementos remanescentes com reforço da fixação, proteção dos elementos artísticos integrados, revisão e reparo da cobertura, além da limpeza e remoção do forro que se encontra sobre a nave.

Os serviços emergenciais ocorrerão paralelamente à elaboração do projeto executivo para a restauração de todo o conjunto da Igreja e do Convento de São Francisco, já em andamento, contratado pelo Iphan no valor de R$ 1,2 milhão.

Desde o dia do acidente, técnicos do Iphan e da Defesa Civil de Salvador (Codesal) já vistoriaram 140 imóveis da capital baiana. A força-tarefa resultou na recomendação de interdição, às autoridades responsáveis, de seis igrejas e dois imóveis residenciais na cidade por apresentarem riscos estruturais.

São elas: Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, Igreja e Convento dos Perdões, Igreja de São Bento, Igreja dos Quinze Mistérios, Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem e Igreja de São Miguel.

O Iphan agora deverá produzir laudos técnicos e recomendações de medidas necessárias para sua restauração e conservação.

Segundo o diretor do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do órgão, Andrey Schlee, as vistorias técnicas realizadas no último mês em Salvador, em parceria com a Codesal, serviram como uma experiência-piloto, que já está sendo replicada em outras superintendências da autarquia pelo país.

“Assim que nos reunimos para tratar do caso da Igreja de São Francisco, nos dias seguintes ao acidente, ficou muito claro para nós que a prática da fiscalização integrada com outros entes federativos e órgãos da sociedade — como Defesas Civis municipais e estaduais ou Corpo de Bombeiros — pode otimizar recursos humanos e materiais e gerar laudos que embasem decisões mais assertivas quanto ao estado de conservação dos nossos imóveis tombados”, afirmou Schlee.

O diretor diz que o Iphan sempre realizou atividades rotineiras de fiscalização do patrimônio cultural edificado do país, com base nos planos anuais de fiscalização de cada superintendência e seguindo diretrizes definidas por portarias da presidência do órgão. Apartir da experiência em Salvador, o instituto deve priorizar a fiscalização de bens que apresentem risco de incêndio ou desabamento. “Este já era um dos critérios que a Portaria Iphan nº 206, de 10 de dezembro de 2024, definia como prioridade de fiscalização em todo o Brasil. A diferença é que agora esse ponto ganhou ainda mais peso em relação aos outros critérios”, explicou.

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