Dólar sobe com atenção voltada para dados de inflação no Brasil e nos EUA
Moeda norte-americana opera em alta enquanto investidores analisam os índices inflacionários e os impactos das novas tarifas dos EUA sobre aço e alumínio

O dólar registrou alta na manhã desta quarta-feira (12), com investidores atentos à divulgação de dados oficiais de inflação no Brasil e nos Estados Unidos. Às 9h07, a moeda norte-americana avançava 0,29%, sendo negociada a R$ 5,829. No dia anterior, o dólar encerrou em queda de 0,68%, cotado a R$ 5,81. Com esse desempenho, a moeda dos EUA acumula valorização de 0,37% na semana, mas registra queda de 1,77% no mês e 5,96% no ano frente ao real.
Os investidores repercutem os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no Brasil, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o IBGE, a inflação brasileira foi de 1,31% em fevereiro, um aumento de 1,15 ponto percentual em relação a janeiro (0,16%). No acumulado de 12 meses até fevereiro, a inflação atingiu 5,06%, superando o teto da meta.
Desde este ano, a meta de inflação no Brasil passou a ser contínua, medida mês a mês, em vez de seguir o ano-calendário. Caso o IPCA acumulado em 12 meses permaneça fora da faixa estabelecida por seis meses consecutivos, a meta será considerada descumprida.
Para 2025, a meta inflacionária é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, o que significa que o índice será considerado dentro da meta se estiver entre 1,5% e 4,5%.
O mais recente Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central na segunda-feira (10/3), mostrou que o mercado financeiro elevou sua projeção de inflação para 2025, passando de 5,65% para 5,68% na semana. A estimativa continua acima do teto da meta estabelecida para o próximo ano.
Nos Estados Unidos, o mercado monitora a divulgação dos dados de inflação de fevereiro. Segundo o consenso Refinitiv, que reúne projeções do setor, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) deve ter avançado 0,3% em fevereiro, ante 0,4% registrado em janeiro.
Na comparação com fevereiro do ano passado, a inflação norte-americana deve alcançar 3,2%, ante 3% no mês anterior, conforme previsões de analistas.
Os investidores acompanham de perto esses dados, pois influenciam as decisões futuras do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos EUA. A principal ferramenta da instituição para conter a inflação é o ajuste da taxa básica de juros. Atualmente, a meta inflacionária dos EUA é de 2% ao ano.
Na primeira reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) desde a posse de Donald Trump como presidente, realizada no final de janeiro, o Fed manteve a taxa de juros no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano.
Além dos indicadores inflacionários, o mercado acompanha os desdobramentos das tarifas impostas pelo governo de Donald Trump. Desde a meia-noite desta quarta-feira, entraram em vigor tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio pelos Estados Unidos, afetando diretamente o Brasil, um dos principais exportadores desses produtos para o mercado norte-americano.
Em comunicado, o porta-voz da Casa Branca afirmou que a medida anunciada por Trump no início de fevereiro se aplica ao Canadá e a outros parceiros comerciais. Desde fevereiro, a decisão já vinha gerando impactos nas expectativas dos investidores brasileiros.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), iniciou suas negociações às 10h. Na sessão anterior, o índice encerrou o dia em queda de 0,81%, aos 123,5 mil pontos. Com isso, a Bolsa acumula desvalorização de 1,22% na semana, mas registra alta de 0,58% em março e 2,68% no acumulado de 2025.
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