EUA ‘perderam o jogo da globalização e querem mudar as regras’, diz Haddad sobre tarifas
Para o ministro, a China representa um desafio inédito na história dos EUA, já que combina tanto poder militar, como econômico

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta terça-feira (8) que os Estados Unidos, país responsável por “criar as regras da globalização”, agora busca reverter o jogo diante da ascensão da China. “Quarenta anos depois, eles descobriram que perderam o jogo. E querem mudar as regras do jogo”, declarou ele em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.
Segundo matéria do InfoMoney, Haddad avaliou a atual conjuntura econômica global como complexa e, sendo assim, considerou o ato de fazer previsões neste cenário como algo inviável. “Nada mais vai ficar constante” após a escalada protecionista liderada por Donald Trump, afirmou o ministro.
“O problema de analisar a fotografia num momento dinâmico, em que transformações acontecem em bases semanais, é a cláusula do ‘tudo mais constante’. A hipótese está errada”, disse o ministro, ao comentar os impactos da nova rodada de tarifas americanas sobre produtos importados de mais de 180 países.
A fala de Haddad acontece em meio à nova escalada de tensões comerciais entre EUA e China, após Trump ameaçar aplicar uma tarifa adicional de 50% sobre as importações do país asiático, caso os chineses não desistam da retaliação de 34% de sobretaxa sobre produtos americanos anunciada na segunda-feira (7). O presidente americano estabeleceu um prazo de até 13h desta terça para que a China recue de sua decisão.
O país asiático, porém, não parece disposto a isso e o governo chinês afirmou nesta terça, após o prazo anunciado por Trump, que as tarifas do republicano são uma “chantagem”, e que irá “lutar até o fim”.
Para Haddad, a China representa um desafio inédito na história dos EUA, já que combina tanto poder militar, como econômico, além de contar com avanços tecnológicos em áreas estratégicas, como inteligência artificial e semicondutores.
Apesar do cenário incerto, o ministro ressaltou que o Brasil está relativamente bem posicionado. “Temos reservas cambiais, não temos dívida externa, mantemos bom fluxo de comércio com os três principais blocos econômicos e não dependemos da economia norte-americana”, afirmou.
Questionado sobre como o Brasil deve responder ao “tarifaço”, o ministro disse que o governo está dialogando com os EUA e que o país tem espaço para negociação, inclusive com o respaldo da lei da reciprocidade, aprovada pelo Congresso. “Nós temos um princípio. Mas não se trata de uma guerra. Tudo está sendo estudado com a devida cautela”. “Podemos repensar relações regionais, aprofundar o acordo com a União Europeia e buscar uma trajetória que nos proteja”, falou.
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