Publicado em 16/04/2025 às 14h36.

Avanço do PL da Anistia preocupa líderes da Câmara e desafia articulação política

Apoio da oposição e movimentação nos bastidores indicam força do PL, enquanto Hugo Motta prega consenso para dividir responsabilidades

Redação
Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

 

Lideranças da Câmara dos Deputados já admitem que conter o avanço do projeto de lei que propõe anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro será uma missão difícil. Com articulação da oposição e apoio suficiente para acelerar a tramitação, a proposta ganhou novo fôlego — e preocupação entre parlamentares da base. A apuração é da jornalista Tainá Falcão, da CNN Brasil.

A ofensiva foi impulsionada após a oposição reunir 262 assinaturas — cinco a mais que o mínimo necessário — para pedir urgência na votação. Sem o apoio declarado das lideranças, o PL contornou as cúpulas partidárias e buscou votos diretamente entre os deputados.

Agora, com a urgência protocolada, a decisão sobre levar ou não o texto ao plenário pode ser definida no dia 24 de abril, em reunião com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e os líderes.

Nos bastidores, Motta tem apontado que a tática da oposição, de conquistar apoios no corpo a corpo, pode ser eficaz. Caso opte por pautar a proposta com respaldo das lideranças, há a percepção de que parlamentares ainda indecisos se sintam mais confortáveis para apoiar a medida.

Na última terça-feira (15), Hugo Motta sinalizou nas redes sociais que qualquer decisão será tomada em conjunto com os líderes. “Democracia é discutir com o Colégio de Líderes as pautas que devem avançar. Em uma democracia, ninguém tem o direito de decidir nada sozinho”, escreveu ele no X (antigo Twitter).

A declaração foi lida como um movimento para preparar o terreno político e dividir o peso de uma eventual aprovação do projeto entre a presidência da Casa e os líderes partidários.

Aliados de Motta, preocupados com os possíveis desgastes à imagem da Câmara, defendem que haja uma sintonia com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Até o momento, no entanto, o senador não deu sinais de que priorizará a proposta. A expectativa é que, caso o projeto avance na Câmara, o Senado sofra maior pressão para seguir o mesmo caminho.

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