Publicado em 16/04/2025 às 19h27.

Jerônimo critica apoio de siglas da base de Lula à PL da anistia: ‘É preciso rever relação’

Para petista, partidos que não compartilham dos ideais democráticos defendidos pelo governo colocam em xeque a aliança política

Otávio Queiroz / Neison Cerqueira
Foto: Neison Cerqueira/bahia.ba

 

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), criticou nesta quarta-feira (16) o apoio de partidos aliados ao governo federal ao projeto de lei que prevê anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para o petista, siglas que não compartilham dos ideais democráticos defendidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocam em xeque a aliança política e precisam ter sua permanência na base reavaliada.

“Quando chamamos um partido para caminharmos lado a lado, negociamos em cima de um plano, de um projeto de governo. Esse projeto não é só a obra, mas também um projeto de sociedade. Se, de repente, esses partidos não estão cumprindo isso, acho que é preciso rever o formato e os conceitos dessa relação”, disse Jerônimo ao bahia.ba.

O governador também deixou um recado aos aliados locais, ao afirmar que espera “unidade de pensamento” entre os partidos que integram sua base na Bahia. “Trata-se de um pensamento para uma sociedade cada vez mais democrática. A democracia é algo muito caro pra gente”, pontuou.

Jerônimo classificou como inadmissível qualquer tentativa de perdão aos responsáveis pela invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília. “Havia um projeto para um golpe e todo mundo sabe disso. Imagina se um prefeito perde as eleições e sai por aí quebrando a Câmara de Vereadores. Isso não é uma forma legal de se fazer política. Isso põe em risco a nossa liberdade e a democracia”, afirmou. “Então, como cidadão, vou torcer para que não haja anistia e que a Justiça faça um bom julgamento”, completou.

Base de Lula apoia urgência

O requerimento de urgência para votação direta do projeto de anistia no plenário da Câmara foi protocolado na segunda-feira (14) com apoio de 262 parlamentares — seis a mais do mínimo necessário. Chamou a atenção o fato de que mais da metade das assinaturas vieram de deputados de partidos que integram a base do presidente Lula, como União Brasil, Progressistas, Republicanos, PSD e MDB — todos com ministérios no governo federal.

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