Publicado em 18/04/2025 às 11h40.

Vídeo: Anitta critica política de leilões de áreas verdes sob a gestão Bruno Reis

"Erguer mais prédios não é a melhor escolha para a população", diz a cantora

Alexandre Santos
Fotomontagem: Reprodução/Movimento Salvador Verde; Leandro Aragão/bahia.ba; Ministério Público da Bahia

 

A cantora Anitta gravou um vídeo em que se manifesta contra a política de leilões de áreas verdes de Salvador sob a gestão do prefeito Bruno Reis (União Brasil). Na publicação, a artista diz que “erguer mais prédios não é a melhor escolha para a população”.

“Hoje eu vim aqui fazer um pedido para as autoridades de Salvador, a prefeitura e as autoridades, que respeitem as áreas verdes do estado, da cidade, e não promovam leilões sem que tenham todos os requisitos para que isso aconteça. Usar o potencial construtivo de áreas verdes para erguer mais prédios não é a melhor escolha para a população”, disse Anitta, na gravação compartilhada pelo Movimento Salvador Verde.

“É preciso respeitar os limites e cuidar da natureza, proteger as áreas verdes que a gente ainda tem no nosso país. Porque a gente sabe que a crise climática é real, é verdadeira. A gente precisa cuidar das nossas áreas verdes, procurar preservar as áreas verdes, não construir mais e mais e mais. Agora é hora de cuidar do nosso ambiente. Um beijo para todos vocês, essa cidade que eu amo tanto, que é Salvador, que está sempre tão linda, que tem uma natureza tão maravilhosa, que merece ser preservada e cuidada”, afirmou a cantora.

 

 

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Apesar de críticas da oposição e de ambientalistas, Bruno Reis defende os leilões e justifica que os terrenos “não têm qualquer utilidade para o poder público”.

Na última segunda-feira (14), a Justiça Federal suspendeu o leilão de uma área verde localizada no Morro do Ipiranga, na Barra. O certame estava previsto para ocorrer no dia seguinte.

A decisão liminar foi proferida pelo juiz Alex Schramm de Rocha, da 7ª Vara Cível e Agrária da Seção Judiciária de Salvador, e atende a uma ação movida pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Bahia (CAU-BA). A administração está recorrendo.

Segundo o magistrado, o edital do pregão apresenta “irregularidades significativas”, como a ausência de informações claras sobre restrições ambientais da área — classificada como Área de Preservação Permanente (APP). Laudos técnicos apontam que o imóvel tem declividade superior a 45 graus, vegetação nativa de restinga e risco de erosão, por estar inserido no bioma da Mata Atlântica.

“A ausência de informação clara […] gera relevante insegurança jurídica. Impõe-se a intervenção jurisdicional cautelar, a fim de prevenir a consolidação de dano urbanístico e ambiental de difícil reversão”, escreveu o juiz na decisão.

Ainda de acordo com o magistrado, há indícios de que o objetivo do leilão é viabilizar edificações no local, o que contraria a legislação ambiental. Schramm citou argumentos da prefeitura que indicam a expectativa de arrecadação com a alienação da área, a exemplo de ações passadas que financiaram obras como o Hospital Municipal de Salvador e o novo Centro de Convenções.

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