Estados Unidos têm plano de cobrar taxas de navios chineses que atracam no país
Medida amplia tensões comerciais com a China e é vista por Pequim como prejudicial à economia global e aos próprios americanos

Os Estados Unidos anunciaram planos para implementar novas taxas portuárias sobre navios chineses, justificando a medida como uma estratégia para reaquecer a indústria naval americana frente à predominância da China nesse setor.
Durante seu mandato, o presidente Donald Trump adotou uma postura combativa em relação à China, promovendo uma ampla guerra comercial. O governo argumenta que tais ações visam estimular a produção interna, enquanto críticos e economistas alertam para o risco de recessão global e aumento de preços ao consumidor.
De acordo com publicação do Federal Register, divulgada pelo Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR, na sigla em inglês) na quinta-feira (17), os navios construídos e de propriedade chinesa que atracarem em portos americanos passarão a pagar taxas baseadas na tonelagem líquida ou na carga transportada por viagem.
As tarifas entrarão em vigor dentro de aproximadamente 180 dias, serão aplicadas de forma progressiva e poderão sofrer aumentos nos próximos anos, segundo o USTR.
Essa nova diretriz é uma versão mais moderada de propostas feitas em fevereiro, que previam cobranças de até US$ 1,5 milhão por escala portuária, medida que gerou forte reação da indústria, conforme reportou a Reuters.
“O transporte marítimo é essencial para a segurança econômica dos EUA e o livre comércio global”, declarou o representante comercial Jamieson Greer. “As medidas da administração Trump visam conter o domínio da China, proteger a cadeia de suprimentos americana e incentivar a demanda por embarcações construídas nos Estados Unidos.”
Em resposta, o governo chinês criticou as novas tarifas. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, declarou que os planos americanos “estão fadados ao fracasso” e que as taxas prejudicam tanto a economia global quanto os próprios Estados Unidos.
Lin argumentou que a medida eleva os custos do transporte marítimo, desestabiliza o setor global e contribui para a inflação americana, afetando negativamente consumidores e empresas dos EUA. Segundo ele, as tarifas não alcançarão o objetivo de revitalizar a indústria naval americana.
A partir de 14 de outubro, navios chineses de propriedade e operação locais pagarão US$ 50 por tonelada líquida, com aumentos anuais de US$ 30 durante os próximos três anos. Já navios construídos na China, mas pertencentes a empresas de outros países, pagarão inicialmente US$ 18 por tonelada líquida, com acréscimos de US$ 5 por ano no mesmo período.
As tarifas agravam ainda mais as já intensas disputas comerciais entre as duas maiores economias do mundo. Trump elevou tarifas sobre produtos chineses para até 145%, enquanto a China impôs taxas de até 125% sobre produtos dos EUA.
Na semana anterior, Trump sugeriu uma possível pausa nas novas tarifas, destacando que “chega um ponto em que as pessoas simplesmente deixam de comprar”. Apesar disso, Pequim declarou que não planeja retirar as tarifas já em vigor sobre bens americanos.
O presidente também afirmou seu desejo de negociar acordos comerciais com diversos países, incluindo a China. Segundo ele, autoridades americanas e chinesas continuam em diálogo para buscar uma solução. Do lado chinês, uma fonte ligada ao governo ressaltou que Pequim está aberta a negociações, mas que elas devem ocorrer com “respeito mútuo”, além de maior consistência e reciprocidade por parte dos EUA.
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