Cantor paraibano investigado pela Overclean pegou carona em jatinho de Hugo Motta
Netinho Lins é apontado como homem de confiança de Alex Rezende, apontado pela PF como suposto líder de um organização criminosa; defesa nega envolvimento dele em suposto esquema
Um voo da FAB sob comando do deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) deu carona recentemente ao empresário Netinho Lins, cantor paraibano responsável por um suposto repasse de R$ 25,4 milhões para a Paraíba e outros R$ 2,2 milhões ao município de Patos, segundo a Operação Overclean. As informações são do jornal O Globo. A equipe de Lins desmente a publicação, diz que ele nunca atuou com contratos ou obras públicas, mas não nega sua ligação com investigados no caso.
Próximo de Motta, hoje presidente da Câmara, de Arthur Lira, seu sucessor, e de Ciro Nogueira, Lins foi identificado nas planilhas sobre esquema de fraude em licitações com recursos de emendas parlamentares em 12 estados —valores que perfazem R$ 824 milhões.
Segundo a Polícia Federal, Netinho não mandava o dinheiro diretamente. Ele recebia dos prefeitos e depois repassava. Era considerado o homem de confiança de Alex Rezende Parente, apontado pela PF como suposto líder do grupo, e que aparece na planilha como responsável pelo repasse de R$ 55,7 milhões para dez lugares diferentes.
Em 2022, o casamento de Netinho Lins em Pipa, mais especificamente no Hotel Ponta do Madeiro, em Tibau do Sul, no Rio Grande do Norte, contou a presença ilustre dos deputados federais Arthur Lira e Hugo Motta, favorito a presidir a Câmara no que vem, do senador Ciro Nogueira e de Antônio Rueda, presidente do União Brasil, principal partido atingido pela operação da PF que prendeu Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo” da Bahia.
A planilha apreendida pela PF traz 13 nomes. Alguns deles foram presos na semana passada como alvos da operação, mas acabaram soltos na quinta-feira. Além de Alex, consta no documento apreendido pela PF Fábio Rezende Parente, tido pela PF como suposto integrante do núcleo central da organização. O nome dele não está na planilha.
Em nota enviada ao bahia.ba, a assessoria do Lins informou, que diferentemente da publicação do jornal O Globo, o empresário não atua nem nunca atuou com obras públicas, “muito menos recebeu qualquer tipo de valor dos contratos públicos ou emendas direcionados à Paraíba ou Patos”.
O texto diz que a própria PM se manifestou formalmente informando que não havia investigação contra ele relacionada ao que foi veiculado pelo O Globo no fim do ano passado e reproduzido pelo bahia.ba.
“Netinho Lins é empresário do ramo artístico e marketing há 15 anos e, por isso, conhece pessoas de diferentes segmentos da sociedade, incluindo os setores empresarial, político e artístico. Suas empresas geram empregos diretos e indiretos e contribuem para a cultura brasileira”, acrescenta o comunicado.
