Publicado em 25/04/2025 às 18h33.

Bahia amplia rede de atenção indígena com a construção de 38 novas UBSI

Segundo o governo do Estado, estruturas devem beneficiar 25,5 mil indígenas de 13 etnias, em 17 municípios

Redação
Foto: Thuane Maria/GOVBA

 

Com a segunda maior população indígena do país, a Bahia dá um passo para fortalecer o cuidado com os povos originários: serão construídas 38 Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSI), beneficiando diretamente 25,5 mil indígenas de 13 etnias, em 17 municípios.

O aporte de R$ 114 milhões integra o Programa de Fortalecimento do SUS (ProSUS 2), que é um investimento proveniente do empréstimo de US$ 187,5 milhões do governo do Estado junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), aprovado pelos deputados estaduais em prol da saúde baiana.

O anúncio foi feito nesta sexta-feira (25), em Banzaê, pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), que esteve acompanhado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e pela secretária estadual da Saúde, Roberta Santana, durante assinatura do Termo de Cooperação para a construção das unidades.

“Queremos garantir que nenhum parente nosso sofra ou perca a vida por falta de assistência. Esse é um compromisso com a dignidade dos povos indígenas”, afirmou o governador, ao pontuar ainda que as UBSI serão implantadas em áreas com vazio assistencial.

Autorizações

Além do termo de cooperação, Jerônimo autorizou a licitação para construção de três UBSIs nas aldeias Kiriri de Marcação, Mirandela e Pau Ferro, todas em Banzaê, totalizando R$ 9 milhões em investimentos, e lançou a consulta pública para edificar uma quarta unidade, na aldeia Tuxá. No total, o aporte do governo do Estado em Banzaê é estimado em R$ 11 milhões só em novas UBSIs.

De acordo com a superintendente de políticas para os Povos Indígenas, Patrícia Pataxó, “nós temos duas etnias aqui no município, e a feira está aberta para todos os povos indígenas, para serem atendidos com diversos serviços de saúde, o que é importante, porque muitas vezes nossos povos não saem das suas comunidades, da zona rural, para ter acesso a exames. Mas, além da feira, um conjunto de ações que visam melhorar o atendimento à saúde dos povos indígenas”.

Feira de Saúde e reforço vacinal

Durante a agenda, foi lançada a edição 2025 do Mês da Vacinação dos Povos Indígenas (MVPI). A campanha ocorre nos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) do país e busca ampliar a cobertura vacinal de doses como hepatite A e B, tríplice viral, meningocócica C, influenza e covid-19.

Serão vacinados adultos até 59 anos; bebês e crianças de 0 a 9 anos; adolescentes de 10 a 19 anos; gestantes e idosos; além da aplicação das doses de covid-19 e influenza em indígenas a partir de seis meses de idade.

Em paralelo, a Feira Saúde Mais Perto realizada na Aldeia Cajazeiras, oferece até sábado (26) 4.340 atendimentos, com serviços como ultrassonografia, eletrocardiograma, mamografia, exames laboratoriais, preventivos, consultas odontológicas e emissão da Carteira de Identidade Nacional.

“Essa ação do Saúde Mais Perto, nos engrandece. Em vez de você ir até um hospital, um posto de saúde, a ação vem até as comunidades, nas aldeias. E eu, enquanto povo Kiriri, cacique, vejo que é uma ação que não só vem para as comunidades indígenas, mas para atender a região Nordeste 2, onde as famílias têm todo um atendimento diversificado”, acrescentou o cacique Manoel Kiriri.

Equipamentos para o município

O governo do Estado também entregou em Banzaê uma nova ambulância, uma van para Tratamento Fora do Domicílio (TFD), dois kits odontológicos e sete kits UBS, somando R$ 733 mil.

Outro destaque foi a entrega da reforma do Centro de Saúde Nossa Senhora da Conceição, que foi totalmente requalificado com R$ 2,7 milhões em obras e novos equipamentos, como raio-x e eletrocardiógrafos. A Unidade conta ainda com o reforço de médicos cubanos do programa “Mais Médicos”.

A agenda ainda contou com a 1ª Conferência Livre de Saúde da Trabalhadora e do Trabalhador Indígena da Bahia, reunindo presencial e virtualmente profissionais de saúde de diversas etnias para debater direitos, condições de trabalho e valorização do cuidado em territórios indígenas.

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