Oposição articula CPI para investigar fraudes no INSS e pressiona governo Lula

Objetivo é apurar a atuação de sindicatos em um esquema de descontos indevidos em benefícios previdenciários revelado pela PF

Redação

Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Parlamentares da oposição ao governo Lula afirmam ter reunido as 171 assinaturas necessárias para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O requerimento foi protocolado pelo deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO).

Nas redes sociais, o parlamentar cobrou punição aos envolvidos. “É preciso colocar na cadeia esses criminosos e devolver o dinheiro do aposentado e do pensionista”, escreveu o parlamentar no X (antigo Twitter), ao anunciar o apoio ao pedido de abertura da CPI.

O foco da comissão será apurar a atuação de sindicatos em um esquema de descontos indevidos em benefícios previdenciários, revelado pela Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU). O esquema teria lesado milhares de segurados com cobranças não autorizadas em seus contracheques.

Governo em alerta

Segundo informações do colunista Valdo Cruz, da GloboNews, o Planalto acompanha com preocupação a movimentação da oposição, especialmente em um momento de instabilidade política no Congresso. Assessores do presidente Lula reconhecem que o clima entre os parlamentares não é favorável ao governo, o que pode facilitar a instalação da CPI.

A decisão final sobre a criação da comissão cabe ao presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). No entanto, ele tem enfrentado desgaste com setores da oposição, especialmente após se recusar a pautar o projeto de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Isso pode limitar sua margem de manobra para frear o avanço da CPI.