Publicado em 02/05/2025 às 10h01.

China diz que avalia iniciar diálogos com EUA sobre tarifas

Esta é a primeira vez que o país asiático fala abertamente em aceitar uma negociação

Redação
Reprodução: Instagram / @xi.jinping_cn

O Ministério do Comércio da China afirmou nesta sexta-feira (2) que o governo dos Estados Unidos “tomou recentemente a iniciativa de transmitir mensagens ao lado chinês por meio de canais relevantes”, e que Pequim avalia agora a possibilidade de iniciar conversas diretas com Washington.

Segundo matéria da Folha de São Paulo, esta é a primeira vez que o país asiático fala abertamente em aceitar uma negociação. O órgão chinês argumenta, no entanto, que apesar dos EUA terem declarado sua “vontade de negociar com a China sobre a questão tarifária”, o país ainda precisa “demonstrar sua sinceridade nas negociações, estando preparados para agir em questões como corrigir suas práticas erradas e suspender tarifas unilaterais”.

A informação do governo chinês havia sido divulgada antes por duas contas de mídia social chinesa, Yuyuan Tan Tian e Presidente Coelho.

A primeira, ligada à rede oficial CCTV, comentou que “não há necessidade de a China negociar antes que os EUA façam movimentos substantivos, mas, se quiserem se envolver com a China, não há danos nesse estágio, e o lado chinês precisa observar e até mesmo forçar as verdadeiras intenções dos EUA”.

Tanto o ministério como as contas de Weibo e WeChat pontuarem que, além das mensagens recentes, “altas autoridades dos EUA expressaram repetidamente sua disposição de negociar com a China sobre a questão tarifária”, em manifestações públicas.

Apesar do tom mais conciliador, o porta-voz do órgão chinês afirmou que “falar uma coisa e fazer outra ou usar as negociações para tentar coerção ou extorsão não funcionará com a China”. Ou seja, se não houver ações concretas por parte dos EUA, “isso vai mostrar sua total falta de sinceridade e solapar ainda mais a confiança mútua”.

Produtos chineses importados pelos EUA são alvos atualmente de uma tarifa total de até 145%, percentual que é resultado da soma da taxa anunciada pelo presidente Donald Trump no mês passado (de 125%), com a tarifa aplicada no início deste ano (de 20%).

A China, por sua vez, reagiu com uma contra tarifa de 125% sobre os produtos americanos. Analistas avaliam que, quando cobra de Washington a suspensão das “tarifas unilaterais” para aceitar negociações, Pequim se refere aos 125% de abril.

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