Publicado em 08/05/2025 às 10h07.

Lula desembarca na Rússia para celebrações de 80 anos do fim da 2ª guerra mundial

O presidente brasileiro é um dos poucos chefes de Estado do mundo com presença confirmada para o ato

Redação
Foto: Ricardo Stuckert/PR

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou nesta quinta-feira (8) em Moscou, capital da Rússia, onde participa da celebração do Dia da Vitória, evento que marca o êxito do país (então conhecido como União Soviética) sobre a Alemanha nazista na 2ª guerra mundial. Lula é um dos poucos chefes de Estado do mundo com presença confirmada para o ato.

Segundo matéria do InfoMoney, a visita do presidente brasileiro possui um peso simbólico nas relações diplomáticas do país com a Rússia e, para analistas, sinaliza a aproximação de Lula com o líder russo Vladimir Putin.

Historicamente, Putin utiliza o Dia da Vitória para impulsionar o nacionalismo russo e projetar uma imagem de força para o mundo. Diversos chefes de Estado já participaram da celebração no passado, como o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, em 2018, mas desde o início da Guerra na Ucrânia, em 2022, a participação de chefes de Estado tem diminuído. Neste ano, a Rússia intensificou seus esforços, em vista da celebração do 80.º aniversário do fim da guerra.

Para o professor de relações internacionais da ESPM, Gunther Rudzit, a presença de chefes de Estado nas celebrações é utilizada por Putin como demonstração de apoio internacional, medida que tem se intensificado após o inicio do conflito com a Ucrânia, quando as relações da Rússia com a União Europeia, os Estados Unidos e aliados ocidentais se deterioraram.

Além de Lula, o outro principal chefe de Estado presente neste ano será o líder da China, Xi Jinping, que estreitou laços com a Rússia após o início da guerra, sobretudo na parceria comerical.

Outros convidados são os líderes das antigas repúblicas soviéticas da Armênia, Azerbaijão, Belarus, Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão. Outros são os líderes da Bósnia, Burkina Faso, Congo, Cuba, Egito, Guiné Equatorial, Etiópia, Guiné-Bissau, Laos, Mongólia, Mianmar, Palestina, Sérvia, Eslováquia, Venezuela, Vietnã e Zimbábue.

Robert Fico, o líder da Eslováquia, o único país da União Europeia convidado, ainda não confirmou sua presença. Aleksandar Vucic, o presidente da Sérvia, que busca entrar na UE, planejava ir, mas adoeceu durante uma viagem aos Estados Unidos e cancelou a viagem.

No caso de Vucic, Bruxelas chegou a alertar que a visita violaria os critérios de adesão à UE e prejudicaria o processo de adesão do país.

A expectativa da presença de chefes de Estado levou o principal conselheiro de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov, a declarar que o evento terá “grande escala”. “Apesar da atitude hostil em relação à Rússia por parte de vários países ocidentais, estamos fazendo com muito sucesso um evento de grande escala”, disse à imprensa estatal russa.

De acordo com Gunther Rudzit, o Brasil, ao confirmar presença, auxilia a Rússia a construir essa imagem. “Se trata de uma chance para a Rússia demonstrar que não está isolada na diplomacia. A ida do Brasil para o evento este ano ajuda a reforçar essa ideia”, afirmou o professor da ESPM, que pontua, porém, que em contrapartida, os ganhos para o Brasil são incertos.

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