Publicado em 13/05/2025 às 08h50.

Repórter da TV Bahia afirma ter sido vítima de racismo estrutural em Salvador

O jornalista fez pronunciamento após ter sido confundido com prestador de serviço, em bairro da Pituba, na capital baiana

Ludmilla Cohim
Foto: Redes Sociais

 

O repórter da TV Bahia, Felipe Oliveira, utilizou as suas redes sociais, nesta segunda-feira (13) para denunciar a situação de racismo que sofreu durante o exercício de sua profissão, em um prédio situado no bairro da Pituba, em Salvador. Na publicação ele indagou na legenda ”Já aconteceu com você?” e trouxe a reflexão acerca do racismo estrutural.

O jornalista contou que ao chegar na portaria para a realização de uma entrevista ele informou ao porteiro o número do apartamento e foi surpreendido com a pergunta. “É serviço? Pra muita gente pode parecer uma pergunta normal, mas a gente sabe que é o racismo estrutural”, disse, informando que estava usando roupas normais sem indicar a possibilidade de ser algum prestador de serviço.

O comunicador ainda provocou a reflexão nos seus mais de 34 mil seguidores. “Provavelmente, se fosse uma pessoa branca chegando no mesmo horário que eu cheguei, com a roupa social como eu estava, o porteiro não se sentisse à vontade pra fazer essa pergunta”, afirmou.

Em seu pronunciamento, ele lamentou veementemente o quanto tem sido cada vez mais crescente esse tipo de situação na vida da população negra. “Durante muito tempo, a teoria da hierarquia das raças foi colocando as pessoas negras como inferiores às outras pessoas. Fazia sentido pra determinado grupo da sociedade, mas depois isso foi derrubado através de estudos científicos. Infelizmente, nas entrelinhas, mesmo tanto tempo depois, essa teoria continua a valer na nossa sociedade nada mais é do que o racismo estrutural”, discorreu.

Felipe aproveitou o ensejo para falar da importância das pessoas desenvolverem um outro tipo de mentalidade sobre o racismo. “Então, eu resolvi gravar esse vídeo pra promover reflexão mesmo. Pra que você síndico, converse com a sua equipe, prepare os funcionários. Para que você, pessoa física, também converse sobre esse assunto. É uma coisa muito simples, mas isso é capaz de destruir o dia de uma pessoa negra. Não foi a primeira vez que isso aconteceu comigo e provavelmente não vai ser a última”, opinou.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.