Publicado em 19/05/2025 às 16h40.

‘Essa anistia é uma farsa’, diz deputada sobre perdão a envolvidos nos atos de 8/1

Para Alice Portugal, medida é um pretexto para tentar manter Jair Bolsonaro elegível para as eleições de 2026

Otávio Queiroz / Rodrigo Fernandes
Foto: Rodrigo Fernandes/bahia.ba

 

A deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA) criticou duramente, nesta segunda-feira (19), a proposta de anistia a investigados e condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Ao bahia.ba, a parlamentar classificou o projeto em discussão no Congresso Nacional como uma “farsa” e afirmou que a medida tenta “manter o ex-presidente da República elegível para continuar dividindo o Brasil”, referindo-se à Jair Bolsonaro (PL).

“Não se trata de um batom, se trata da decisão de derrubar um presidente eleito”, afirmou ao bahia.ba. Para a deputada, o perdão proposto ignora a gravidade dos crimes cometidos contra o Estado Democrático de Direito e busca apagar as ações violentas que resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes.

A proposta de anistia, de autoria do ex-deputado Major Vitor Hugo (PL-GO), pretende perdoar manifestantes, empresários e caminhoneiros que participaram de atos entre 30 de outubro de 2022 e a entrada em vigor da futura lei, incluindo quem financiou, organizou ou apoiou os ataques, até mesmo por meio de redes sociais. Embora o texto não mencione diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, opositores alegam que o objetivo é reabilitar sua elegibilidade para as próximas eleições.

Alice Portugal destacou que a concessão de anistia só é cabível quando há “um pacto na sociedade”, o que, segundo ela, não é o caso. “Vai anistiar quem sequer foi condenado”, criticou, lembrando que muitos processos ainda estão em curso no Supremo Tribunal Federal (STF).

“A tentativa de golpe está provada em áudios, inclusive com planos de envenenar o presidente eleito, o vice-presidente e o ministro Alexandre de Moraes. Não é possível tratar isso com anistia. Essa anistia é política, é uma farsa”, concluiu.

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