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Viviane Batidão lança ‘É Sal’ e exalta cultura paraense em novo álbum
Em entrevista ao bahia.ba, a cantora falou sobre o processo criativo do novo trabalho e desafios no mercado musica

Com 25 anos de carreira e uma trajetória marcada pela força do tecnomelody, Viviane Batidão está pronta para um novo capítulo em sua história musical. A cantora paraense acaba de lançou na noite desta quarta-feira (22) o single “É Sal”, que também dá nome ao seu novo álbum — um projeto que mergulha fundo na cultura pop do Pará e busca furar a bolha regional para conquistar o público nacional.

Em entrevista ao bahia.ba, a cantora falou sobre a força simbólica de “É Sal”, gíria paraense que significa o fim de um ciclo e o início de outro. “Quando você diz para um ex que aprontou e foi safado, ‘É Sal’ quer dizer que acabou, e eu vou recomeçar”, explica a artista. A expressão, carregada de significado local, é o fio condutor de um álbum que traduz empoderamento, superação e identidade cultural.
A faixa foi composta por Vavá, artista de Fortaleza, a partir de uma narrativa dada por Viviane. “Dei toda a narrativa, expliquei a nossa cultura, e ele conseguiu entender tudo. A música é potente e tem uma história de superação. Já sabia que queria gravar o clipe na rua em que cresci, na casa da minha avó. Chamei todos os meus vizinhos, gente que viu a Viviane Batidão e a Antonia Viviane nascerem”, relembra.
O álbum mergulha em sonoridades autenticamente paraenses, com destaque para o tecnomelody e suas vertentes — entre elas o “rock doido”, uma mistura intensa e festiva que traduz bem o espírito da obra. Viviane faz questão de reforçar que está apresentando o gênero em sua essência, sem diluições para agradar o mercado: “É um desafio furar a bolha com uma sonoridade nova, que a maioria das pessoas ainda não conhece. Mas acredito muito que a arte é capaz de muita coisa — ela mudou a minha vida”.
Viviane também relatou um momento delicado da carreira: a descoberta de que um ex-colaborador registrou suas músicas em plataformas digitais com sua própria conta bancária. “Foi um baque. Durante três anos ele recebeu os direitos das minhas músicas. Isso me ensinou muito sobre a importância de proteger meus direitos e os dos meus parceiros de composição. Foi um dinheiro que não era só meu”, contou.

Aparelhagens: potência cultural subestimada
Um dos pilares da cultura musical paraense, as aparelhagens — imensos sistemas de som que protagonizam festas populares — são exaltadas por Viviane como símbolo de potência criativa. “É o primeiro sound system do Brasil. É como uma rave eletrônica, mas com os nossos ritmos. Fora do Norte, ainda é muito subestimado. O Brasil precisa conhecer isso”, defende. Ela levará a aparelhagem Crocodilo à Virada Cultural de São Paulo no próximo fim de semana.
Reconhecimento e persistência feminina
Viviane celebra o reconhecimento conquistado com o Prêmio Multishow, onde representou a região Norte. “Sou muito grata ao tecnomelody. Foi ele que me deu tudo. Não tinha nem o ensino médio, parei de estudar aos 15 para cantar, e voltei na pandemia para concluir meus estudos. Hoje consigo oferecer uma vida melhor para minha família e minha equipe”, contou.
A cantora também falou sobre o desafio — e o orgulho — de ser uma mulher em um meio ainda dominado por homens. “A cena musical paraense é muito masculina, mas também temos mulheres potentes por aqui. Eu quero que outras mulheres olhem pra mim e acreditem que é possível.”
Viviane Batidão, com seu tecnomelody raiz, letras de resistência e identidade paraense pulsando em cada faixa, quer mais que sucesso: quer representar um povo, uma cultura e um ritmo que está pronto para conquistar o Brasil. E como diz a própria cantora: “Da onde eu venho, tem muito mais”.
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