Publicado em 24/05/2025 às 15h30.

Estudantes da rede estadual vivenciam cultura afro-brasileira em museus da Bahia

Ação do governo promove acesso à arte, história e identidade por meio de visitas guiadas

Redação
Foto: Joá Souza/GOVBA

 

Quase 70 estudantes da rede estadual de ensino viveram uma experiência marcante neste sábado (24), ao participar do Programa Estudantes nos Museus, promovido pelas secretarias da Educação (SEC) e de Cultura (Secult), com apoio do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) e da Fundação Luís Eduardo Magalhães (FLEM). A ação busca ampliar o acesso de jovens ao patrimônio histórico, artístico e cultural da Bahia.

O ponto de partida foi o Elevador Lacerda, ícone da capital baiana, seguido de um roteiro pelo Centro Histórico de Salvador. Entre os locais visitados estiveram o Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), Praça da Sé, Largo do Pelourinho, Caminho de São Francisco, Memorial das Baianas, Casa do Benin, Fundação Casa de Jorge Amado e o Museu de Arte Moderna (MAM), no Solar do Unhão.

A visita ao Muncab teve impacto profundo nos estudantes. Cauan Rauan David, de 17 anos, aluno do 3º ano do Colégio Estadual de Tempo Integral Edith Machado Boaventura, de Feira de Santana, revelou: “É a primeira vez que visito um local como esse, tão importante para conhecer a nossa história, descendência, cultura. Sem essa iniciativa, eu nunca viria aqui. Para ser sincero, nunca tinha ouvido falar. Ninguém tira da gente uma experiência como essa”.

A ação envolve mediação educativa, com arte-educadores que conduzem os alunos e professores pelas exposições. Durante o percurso, os estudantes têm contato com o contexto histórico e cultural das obras e participam de oficinas artístico-educativas, que incluem práticas como pintura, colagem, cerâmica e desenho, estimulando criatividade, pensamento crítico e expressão estética.

Para a técnica da Coordenação de Arte e Cultura Estudantil da SEC, Izabela Kottler, a iniciativa é transformadora.

“É uma experiência mágica e transformadora, porque é a primeira vez que eles saem da escola ou do próprio bairro para conhecer o mundo exterior e ter contato com essa visão artística, que os aproximam da arte, da cultura e do patrimônio. Além disso, tem o impacto pedagógico, pois a exposição aos acervos agrega valor ao aprendizado, aumentando o interesse deles por esse tipo de conhecimento”.

A atividade ganha ainda mais sentido quando articulada a projetos escolares com foco na valorização da identidade negra. É o caso do projeto Pretitude em Foco, da escola de Cauan, que reúne cerca de 150 estudantes negros. A proposta reforça o orgulho racial e aproxima os alunos da herança cultural afro-brasileira.

“Esse grupo me transformou. Descobri a minha identidade e a minha força. Estou mais confiante sobre a minha história, sobre os povos que me antecederam. Estava muito animada para conhecer o Muncab e estar aqui significa a realização de um sonho”, afirmou Rakelly Barbosa Araújo, aluna do 9º ano.

Além dos estudantes de Feira de Santana, cerca de 30 alunos do Colégio Estadual Alfredo Agostinho de Deus, de Lauro de Freitas, também participaram da programação. Eles visitaram o Museu de Arte Contemporânea (MAC), na Graça, e o Museu de Arte da Bahia (MAB), no Corredor da Vitória.

Em 2025, o programa já levou cerca de 5 mil estudantes e professores do ensino regular e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) a vivenciarem experiências educativas em museus e centros culturais da Bahia — ampliando horizontes, fortalecendo identidades e conectando educação e patrimônio.

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