Publicado em 06/06/2025 às 14h15.

Governo da Bolívia denuncia ex-presidente Evo Morales por ‘terrorismo’ e outros sete crimes

Apoiadores de Morales tem paralisado principais estradas do país exigindo a renúncia do atual presidente Luis Arce

Redação
Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil

 

O governo da Bolívia apresentou uma queixa contra o ex-presidente Evo Morales ao Ministério Público na quinta-feira (5) por “terrorismo” e outros sete crimes, após a divulgação de uma suposta gravação de áudio na qual ele ordenava o isolamento da capital boliviana, La Paz, com bloqueios de estrada, é o que informa o Ministro da Justiça do país.

Segundo matéria do InfoMoney, durante quatro dias, apoiadores de Morales, que presidiu o país entre 2006 e 2019, paralisaram as principais estradas do centro da Bolívia, especialmente no departamento de Cochabamba, tradicional reduto político de Evo. Eles exigiam a renúncia do presidente em exercício, Luis Arce, a quem culpam pela crise econômica do país e por manipular o sistema de Justiça e o órgão eleitoral para excluir Morales das eleições de agosto.

O ministro César Siles afirmou que os crimes denunciados incluem “terrorismo, incitação pública à prática de crimes, ataques à segurança dos serviços públicos (…), obstrução de processos eleitorais”, entre outros. A lei estabelece pena de 15 a 20 anos para terrorismo, o crime mais grave.

Na quarta-feira (4), um ex-líder próximo a Morales compartilhou com a mídia uma suposta gravação telefônica na qual uma voz, atribuída ao líder cocaleiro, pode ser ouvida instruindo o fechamento de duas importantes estradas de acesso a La Paz, sede do governo boliviano.

De acordo com o governo, “mais de 40 bloqueios de estradas” foram registrados em todo o país nesta quinta-feira. Desde 2023, a Bolívia enfrenta uma crise econômica decorrente da escassez de dólares e combustível, o que desencadeou protestos sociais. O governo esgotou suas reservas internacionais líquidas para importar combustíveis e vendê-los a preços subsidiados no mercado interno.

“Um novo processo se soma aos treze que o governo Arce iniciou contra mim nos últimos meses”, escreveu Morales em X, acrescentando que esta denúncia não acalmará as demandas populares.

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