Publicado em 17/06/2025 às 21h00.

Lídice nega enfraquecimento da base de Lula após votação sobre decreto do IOF

Para a parlamentar, movimentação é reflexo de insatisfações momentâneas, comuns ao ambiente legislativo

Otávio Queiroz
Foto: Otávio Queiroz/bahia.ba

 

A deputada federal Lídice da Mata (PSB) rechaçou a possibilidade de enfraquecimento da base do Governo Lula, após deputados tidos como apoiadores votarem a favor da aprovação da urgência para a tramitação do projeto de decreto legislativo (PDL) que suspende os efeitos do decreto do governo que altera regras do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A declaração foi feita nesta terça-feira (17), em entrevista ao bahia.ba, durante evento com a presença do governador Jerônimo Rodrigues (PT), secretários estaduais e outras lideranças políticas.

Questionada sobre a fidelidade da base aliada diante da recente votação na Câmara dos Deputados, Lídice afirmou que a movimentação é reflexo de insatisfações momentâneas, comuns ao ambiente legislativo.

“Esses deputados, pelo menos do PSD, continuam a votar com o governo. É um partido que tem se posicionado sempre em defesa do governo”, disse a parlamentar ao bahia.ba. Segundo ela, a base não está rachada, mas sofre pressões e irritações típicas do Congresso, como o atraso na votação do orçamento e a demora na liberação de emendas. “Tudo isso leva a uma certa irritação da base, mas eu não sei se essa votação se repetirá no momento do mérito do projeto”, completou.

Aprovação do regime de urgência

Na noite de segunda-feira (16), a Câmara aprovou, por 346 votos a 97, o regime de urgência para o PDL 314/2025, apresentado pelo deputado Zucco (PL-RS), que visa derrubar o decreto do governo federal que altera regras do IOF. A votação do mérito ainda não foi marcada, mas deve ocorrer até o fim da semana. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que o clima entre os deputados não é favorável ao aumento de impostos com fins arrecadatórios.

Na bancada baiana, 24 deputados votaram a favor da urgência, incluindo nomes de partidos que ocupam ou já ocuparam ministérios no governo Lula, como PSD, União Brasil e PP.

Lídice reconheceu que o governo enfrenta dificuldades desde a formação da base, já que parte dos partidos aliados não integravam originalmente o campo lulista. Ainda assim, ela aposta que os líderes da base vão trabalhar para garantir apoio ao conteúdo do decreto quando o texto for votado.

“Todo governo passa por dificuldades com a base. O governo desde o início sabia que essa base não se elegeu com ele. Muitos desses partidos têm divisões regionais e uma parte, especialmente do Nordeste, se manteve fiel ao presidente Lula”, concluiu.

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