Publicado em 25/06/2025 às 08h08.

Voepass fez 2,6 mil voos com aviões sem manutenção após tragédia, diz Anac

Relator de processo que cassou certificado de operação da empresa aponta falhas em inspeções de itens obrigatórios de sete aeronaves

Redação
Foto: VoePass/assessoria

 

A Voepass Linhas Aéreas operou 2,6 mil voos com aviões sem manutenção adequada após a tragédia de 9 de agosto de 2024 em Vinhedo, no interior de São Paulo, que deixou 62 mortos, sendo 58 passageiros e quatro tripulantes. É o que aponta a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) no relatório que cassou em definitivo o Certificado de Operador Aéreo (COA) da empresa.

O relatório foi feito pelo diretor da Anac, Luiz Ricardo Nascimento. No documento, ele destacou a operação assistida, foi constatado uma sistemática de descumprimento de procedimentos operacionais que era recorrente na empresa. Entre as ações, 20 inspeções foram feitas em tarefas de manutenção referentes a itens de inspeção obrigatórias em sete aeronaves que não foram realizadas entre 15 de agosto de 2024 e 11 de março de 2025, o que representou um total de 2.687 voos. A conclusão é que os voos foram realizados “com aviões em condições consideradas não aeronavegáveis”, e a área técnica constatou relevante degradação nos processos organizacionais, entre eles a sistêmica perda de controle dessas inspeções.

Com a cassação do COA, a Voepass está impedida de realizar voos regulares pelos próximos dois anos. Além disso, a empresa ainda foi multada em R$ 570,4 mil. Vale lembrar que a companhia aérea já estava em recuperação judicial com dívidas superiores a R$ 400 milhões.

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