Publicado em 06/07/2025 às 16h30.

Governo usa crise do Congresso para reforçar pauta contra escala 6×1

Gestão aposta na insatisfação popular para reacender discussão sobre jornada de trabalho

Redação
Foto: Ricardo Stuckert/PR

 

O governo federal estuda usar o atual desgaste da imagem do Congresso Nacional nas redes sociais como uma oportunidade para colocar novamente em pauta o fim da escala de trabalho 6×1.

A estratégia, segundo informações do portal Metrópoles, é defendida por integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT), que veem na iniciativa uma forma de marcar posição em temas trabalhistas com vistas às eleições municipais de 2026.

O movimento ocorre em um cenário de crescente pressão sobre o Legislativo, sobretudo após a repercussão negativa de votações recentes.

Ainda assim, parlamentares da base governista reconhecem que a proposta encontra forte resistência: uma pesquisa Quaest divulgada na última quarta-feira (2) mostra que 70% dos deputados federais se opõem à ideia de extinguir a escala que garante um dia de folga após seis dias consecutivos de trabalho.

Debate

Apesar disso, o PT tenta manter o debate vivo. Nesta semana, a sigla protocolou um projeto de lei que propõe a redução da carga horária semanal de 44 para 36 horas, sem prejuízo salarial.

A proposta se soma a outras iniciativas semelhantes, como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da deputada Érika Hilton (PSOL-SP), que trata diretamente do fim da escala 6×1, e o projeto do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), que também defende alterações no modelo atual.

Pontos de vista da escala 6×1

Críticos da proposta alertam para possíveis impactos negativos na economia, sobretudo entre empresários do setor de serviços e comércio, que temem aumento nos custos operacionais com a necessidade de contratar mais trabalhadores para manter a produtividade.

Já os defensores argumentam que a redução da jornada, aliada ao fim do 6×1, pode ampliar a qualidade de vida dos trabalhadores e impulsionar a geração de empregos, por meio da redistribuição da carga horária.

Até o momento, nenhuma das propostas avançou nas comissões da Câmara. Mesmo assim, o tema permanece como uma das principais bandeiras da esquerda no Congresso, sobretudo diante da tentativa do governo Lula de recuperar a agenda social diante de um Parlamento majoritariamente conservador.

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