Publicado em 08/08/2025 às 09h24.

Governo da Bahia discute medidas em Brasília contra tarifaço de Trump

Entenda o que foi tratado na reunião entre a Casa Civil e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

Redação
Foto: Eduardo Aiache/GOVBA

 

A aceleração de compensações tributárias a pequenos empresários é uma das medidas que pode ser apresentada pelo governo da Bahia para reduzir os impactos da sobretaxa de 50% nos produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos (EUA). 

Essa iniciativa foi discutida entre o secretário da Casa Civil, Afonso Florence, e o gabinete do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Pedro Guerra, durante uma reunião em Brasília, na última quarta-feira, 5.

Entre os temas que permearam o encontro está a propostas emergenciais e estruturantes com foco na exclusão de produtos baianos da lista de sobretaxação dos EUA e na possibilidade de redução de alíquotas, como forma de preservar a competitividade da indústria e os empregos no estado.

Saiba quais foram medidas discutidas na reunião

Além da aceleração de compensações tributárias foram debatidas na reunião, as seguintes medidas: 

  • Alternativas de regulações para proteger o setor produtivo; 
  • Ampliação do Reintegra; 
  • Articulação diplomática para levar as demandas baianas à Organização Mundial do Comércio (OMC); 
  • A proposta de inclusão dos produtos afetados nas listas de exceção tarifária (LETEC); 
  • Desequilíbrios comerciais (LDCC).

O encontro é um desdobramento da agenda realizada na última segunda-feira (5), quando o governador Jerônimo Rodrigues e o presidente da FIEB, Carlos Henrique Passos, apresentaram os primeiros pleitos ao vice-presidente e ministro da Indústria Geraldo Alckmin, resultado do Grupo de Trabalho (GT) criado pelo governo baiano com participação da FIEB e demais representantes do setor produtivo exportador. 

“Tivemos uma reunião produtiva com o setor industrial baiano e com o Ministério da Indústria e Comércio para tratar dos impactos das tarifas americanas. Setores estratégicos da nossa economia, como petroquímica, pneus, celulose e cacau, foram ouvidos. Estabelecemos um canal permanente de monitoramento com o Governo Federal e, nas próximas semanas, devemos avançar no detalhamento de medidas que serão anunciadas pelo Governo Federal e, conforme o andamento, também pelo Governo da Bahia”, disse Florence.

Ele ainda completou: “Nosso compromisso, seguindo a orientação do governador Jerônimo Rodrigues, é garantir que a Bahia tenha voz ativa nesse processo, protegendo empregos, assegurando competitividade e construindo soluções concretas para os impactos que ameaçam a base produtiva do estado”. 

Impactos do Tarifaço

Segundo estimativas do Observatório da Indústria da FIEB, a efetivação das tarifas pode resultar em uma retração de 0,27% no PIB estadual, o que representa uma perda de R$ 1,3 bilhão. Além disso, cerca de 210 mil trabalhadores estão empregados em setores industriais da Bahia que exportam para os Estados Unidos — incluindo a indústria petroquímica, cacau e derivados, metalurgia (ferroligas), mineração, têxtil, cosméticos e produtos da agricultura familiar, como frutas, café, mel e pescados.

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