Jornalista com experiência na área cultural, com passagem pelo Caderno 2+ do jornal A Tarde. Atuou como assessor de imprensa na Viva Comunicação Interativa, produzindo conteúdo para Luiz Caldas e Ilê Aiyê, e também na Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Salvador. Foi repórter no portal Bahia Econômica e, atualmente, cobre Cultura e Cidade no portal bahia.ba. DRT: 7543/BA
‘Corra que a Polícia Vem Aí’: Liam Neeson assume herança do besteirol
Nova versão dirigida por Akiva Schaffer mantém o espírito dos originais e entrega humor inteligente disfarçado de bobagem

Corra que a Polícia Vem Aí (The Naked Gun, no original) é mais uma prova da corrida incansável do diretor e roteirista Akiva Schaffer para trazer a comédia besteirol de volta aos holofotes hollywoodianos. E ele está conseguindo.
Ex-roteirista do Saturday Night Live, Schaffer já tinha mostrado talento para o absurdo com Popstar: Never Stop Never Stopping (2016) (co-dirigido com Jorma Taccone) e levado seu humor ensandecido para toda a família no ótimo Tico e Teco: Defensores da Lei (2022).
Seu novo filme, estrelado por Liam Neeson (Busca Implacável) no papel de Frank Drebin Jr., já está em cartaz nos cinemas brasileiros e é uma disparada de piadas visuais, gags lunáticas e um carisma que transcende a tela.
A trilogia original
A tarefa não era fácil: dar continuidade indireta a Corra que a Polícia Vem Aí (1988); Corra que a Polícia Vem Aí 2½ (1991), ambos dirigidos por David Zucker; e Corra que a Polícia Vem Aí 33⅓ (1994), comandado por Peter Segal, todos estrelados brilhantemente pelo saudoso Leslie Nielsen (1926 – 2010).
Neeson tinha a difícil missão de substituir um dos atores cômicos mais celebrados da história do cinema, e conseguiu se manter à altura.
Os filmes originais, derivados da série de TV Police Squad!, carregavam a marca do trio Zucker, Abrahams e Zucker (ZAZ), que redefiniu a comédia americana nos anos 1980. Paralelamente a nomes como Mel Brooks, eles começaram a satirizar os principais clichês do cinema e da TV.
Assim nasceu Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu! (Airplane!, 1980), que tinha como meta o lema de “10 piadas por minuto”. O filme não só se tornou um marco da comédia, como revelou o talento cômico do até então ator dramático Leslie Nielsen.
Percebendo o potencial humorístico de Nielsen, o trio criou Police Squad!, cancelada após apenas seis episódios por baixa audiência, mas que deu origem à trilogia de filmes que eternizou o atrapalhado detetive Frank Drebin.
Tanto a série quanto os filmes buscavam satirizar os procedurais policiais que faziam sucesso na TV e no cinema na época, mas também estavam muito atentos ao contexto político do período. Não à toa, o primeiro filme gira em torno de proteger a rainha Elizabeth II (1926 – 2022) durante uma visita aos Estados Unidos, além de fazer menções rápidas a democratas e republicanos, em meio à ebulição da presidência americana de Ronald Reagan (1981–1989) e ao início do governo de George Bush pai (1989–1993).
Com dois primeiros longas muito fortes e um terceiro menos inspirado após o afastamento criativo do trio ZAZ, que contavam também com a Priscilla Presley como par romântico principal, ficou a dúvida: valeria a pena ressuscitar uma franquia tão cultuada com um novo ator?

A nova era do esquadrão de polícia
Bom, o dinheiro sempre responde que sim. E a Paramount, nada boba, viu potencial na ousada empreitada, ainda mais em um momento em que a comédia anda em baixa nos cinemas.
Com grandes nomes do humor migrando para o streaming – como o Adam Sandler assinando contrato de exclusividade com a Netflix – pós-pandemia, greves de roteiristas e atores, o gênero ficou restrito a lançamentos diretos para TV. Por isso, Akiva Schaffer carregava uma grande responsabilidade.
Assim como Nielsen, Liam Neeson sempre foi um ator sério. Dos dramas aos filmes de ação, carisma e bom humor nunca foram seu ponto forte. Mas aqui ele brilha ao encarar o ridículo com uma seriedade desconcertante, exatamente o segredo que fez Nielsen ganhar estrelato mundial.
Somado a Paul Walter Hauser (Cobra Kai), que interpreta o filho do personagem de George Kennedy (1925 – 2016) nos filmes originais, e a uma elegante Pamela Anderson (em uma renascença da carreira após os escândalos dos anos 1990), o trio mostra, junto à equipe criativa, que é preciso muita inteligência para fazer uma grande bobagem.
Seguindo o espírito dos ZAZ, a nova versão segue a jornada de fazer o máximo de piadas por minuto, dentro de pouco mais de 1h20 de rodagem. Quando se há um volume tão grande de gags, claro que nem todas terão o mesmo nível de competência ou tirarão grandes gargalhadas o tempo inteiro, mas quando acertam, é pra chorar de rir.

Atenção à contemporaneidade
A estranheza inicial de ver Neeson como Drebin Jr. desaparece rápido conforme o público mergulha nesse universo modernizado. A trama é simples como nas originais. O detetive Drebin investiga um assassinato misterioso, relacionado a um suspeito bilionário (Danny Huston), dono de uma megacorporação tecnológica que tenta dominar o mundo através do controle da população (felizmente, pura ficção).
Assim como nos anteriores, o contexto político e sociocultural também importa aqui. Há sátira às câmeras corporais incorporadas às forças policiais, críticas ao aumento da violência das forças armadas, menções a carros elétricos e inteligência artificial, além de brincadeiras com os clichês de filmes como Missão: Impossível. Nada escapa no roteiro de Schaffer, ao lado dos parceiros de escrita Dan Gregor e Doug Mand.
Mas o que importa mesmo é o quão longe o filme vai no absurdo, em um nível de nonsense digno dos melhores momentos dos Looney Tunes. Nada prepara o espectador para a próxima cena, até culminar em um ato final glorioso e completamente espalhafatoso.
O ritmo pode oscilar e algumas piadas são claramente recicladas dos primeiros filmes, mas o resultado é uma continuação honesta, engraçada e com fôlego renovado para trazer a comédia de volta aos cinemas — e para a carreira do casal principal de atores.
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