EUA cancelam vistos de esposa e filha de 10 anos de Alexandre Padilha

Decisão ocorre após sanções a autoridades brasileiras ligadas ao Mais Médicos

Redação

O governo dos Estados Unidos cancelou os vistos da esposa e da filha, de 10 anos, do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ambas foram notificadas nesta sexta-feira (15) por comunicados enviados pelo consulado americano em São Paulo. Padilha não foi afetado pela medida, já que seu visto venceu em 2024.

A decisão foi tomada na mesma semana em que revogou vistos de autoridades brasileiras envolvidas no programa Mais Médicos, criado em 2013, como Mozart Júlio Tabosa Sales, atual secretário de Atenção Especializada à Saúde, e Alberto Kleiman, coordenador-geral para a COP30 da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica).

O Departamento de Estado afirma que o programa explorou médicos cubanos e beneficiou o regime de Cuba, com apoio de autoridades brasileiras e da Organização Pan-Americana da Saúde. Na quarta-feira (13), o secretário de Estado, Marco Rubio, anunciou as restrições e revogações, acusando o Brasil de ter “facilitado práticas coercitivas” contra profissionais de saúde cubanos.

Em publicação nas redes sociais, Padilha defendeu Sales e Kleiman, ex-colaboradores de sua primeira gestão no Ministério da Saúde, e criticou a decisão dos EUA. “O Mais Médicos sobreviverá aos ataques injustificáveis de quem quer que seja. Não nos curvaremos a quem persegue as vacinas, os pesquisadores, a ciência e, agora, duas das pessoas fundamentais para o programa”, escreveu.

Na quinta-feira (14), o ministro da Saúde, afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, seria “inimigo da saúde” e que o programa Mais Médicos é “patrimônio do povo brasileiro”. A declaração foi feita em Goiana (PE), durante cerimônia de inauguração de uma fábrica de hemoderivados da Hemobrás, com a presença do presidente Lula.