Publicado em 15/08/2025 às 18h48.

Padilha critica EUA após cancelamento de vistos da filha e da esposa: ‘Indignado’

Ministro da Saúde diz que ação é “covarde” e defende Mais Médicos como patrimônio do Brasil

André Souza
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

 

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, criticou nesta sexta-feira (15) o governo dos Estados Unidos após o cancelamento dos vistos de sua esposa e de sua filha, de 10 anos. Ambas foram notificadas pelo consulado americano em São Paulo. O ministro não foi afetado, pois seu visto venceu em 2024.

Padilha classificou a medida como “covarde” e afirmou que a filha não tem qualquer relação com o programa Mais Médicos, criado em 2013. “Ela sequer tinha nascido quando eu criei o programa. Isso não tem nada a ver com Mais Médicos, tem a ver com a tentativa de intimidar quem não baixa a cabeça para Trump, quem não bate continência para a bandeira dos Estados Unidos”, disse o ministro.

Padilha também criticou o clã Bolsonaro, que, segundo ele, “orquestra” ataques contra sua família, e ressaltou o contexto histórico de sua própria infância, marcada pelo afastamento do pai, que esteve no exílio nos Estados Unidos. “A nossa filha, felizmente, não corre o risco que eu tive. Vamos defender a democracia do nosso país e continuar cuidando da saúde do povo brasileiro, independentemente de qualquer tentativa de intimidação”, afirmou.

A revogação dos vistos ocorre na mesma semana em QUE o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio tomou medida semelhante contra autoridades brasileiras ligadas ao Mais Médicos, incluindo Mozart Júlio Tabosa Sales, atual secretário de Atenção Especializada à Saúde, e Alberto Kleiman, coordenador-geral da COP30 da OTCA. Segundo o Departamento de Estado americano, o programa teria explorado médicos cubanos e beneficiado o regime de Cuba, com apoio de autoridades brasileiras e da Organização Pan-Americana da Saúde. Padilha defendeu Sales e Kleiman nas redes sociais, afirmando que o Mais Médicos “sobreviverá aos ataques injustificáveis de quem quer que seja”.

Em Goiana (PE), durante cerimônia de inauguração de uma fábrica de hemoderivados da Hemobrás, com a presença do presidente Lula, o ministro chamou Donald Trump de “inimigo da saúde” e reafirmou que o programa é “patrimônio do povo brasileiro”.

Veja o pronunciamento de Padilha

André Souza

Jornalista com experiência nas editorias de esporte e política, com passagens pela Premier League Brasil, Varela Net e Prefeitura Municipal de Laje. Apaixonado por esportes e música, atualmente trabalha como repórter de Política no portal bahia.ba.

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