Publicado em 19/08/2025 às 10h00.

Maduro mobiliza 4,5 milhões de milicianos após ameaças dos EUA

Governo Trump anunciou o aumento da recompensa por informações que levem à captura do líder venezuelano

Redação
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na segunda-feira (18) a mobilização de 4,5 milhões de milicianos em resposta ao que definiu como “ameaças” dos Estados Unidos, após o governo de Donald Trump aumentar a recompensa por informações que levem à captura do líder venezuelano e lançar uma operação antidrogas com militares no Caribe.

“Vou ativar nesta semana um plano especial para garantir a cobertura, com mais de 4,5 milhões de milicianos, de todo o território nacional, milícias preparadas, ativadas e armadas”, anunciou Maduro em ato transmitido pela TV, ao ordenar “tarefas perante a renovação das ameaças” dos Estados Unidos contra a Venezuela.

Segundo matéria do jornal Estadão, a Milícia convocada por Maduro foi criada pelo ex-presidente Hugo Chávez, morto em 2013, e conta atualmente com aproximadamente cerca de 5 milhões de reservistas. Posteriormente, a célula se tornou um dos cinco componentes da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB).

Maduro agradeceu pelas manifestações de apoio diante do que chamou de “repetição podre” de ameaças. “Os primeiros a manifestar solidariedade e apoio a este presidente trabalhador que aqui está foram os militares desta pátria”, destacou o líder venezuelano, que pediu às bases políticas do seu governo que avancem na formação das milícias camponesas e operárias “em todas as fábricas”.

“Fuzis e mísseis para a força camponesa! Para defender o território, a soberania e a paz da Venezuela”, proclamou Maduro. “Mísseis e fuzis para a classe operária, para que defenda a nossa pátria!”.

Recompensa por Maduro

No início do mês, o governo Trump anunciou que dobrou de US$ 25 milhões para US$ 50 milhões (R$ 273,1 milhões) a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro. Washington acusa o líder chavista de atuar como um dos principais narcotraficantes do mundo e de representar uma ameaça à segurança dos Estados Unidos.

No anúncio feito pela secretária de Justiça americana, Pam Bondi, em um vídeo publicado na rede social X, ela acusa o presidente venezuelano de utilizar organizações criminosas internacionais, incluindo a facção venezuelana Tren de Aragua e o cartel mexicano de Sinaloa, para introduzir drogas e fomentar a violência nos EUA.

Ainda de acordo com a procurada, 30 toneladas de cocaína relacionadas a Maduro e seus aliados já foram confiscadas pela agência antidrogas americana (a DEA, na sigla em inglês). O Departamento de Justiça também já teria apreendido mais de US$ 700 milhões (R$ 3,8 bilhões) em ativos vinculados a ele, incluindo dois jatos privados, nove veículos e outros bens.

“Sob a liderança do presidente Trump, Maduro não escapará da Justiça e responderá por seus crimes atrozes”, afirmou Bondi, ao justificar o aumento da recompensa.

A relação entre EUA e Venezuela está rompida desde o primeiro mandato de Trump (2017–2021). Em 2020, Washington acusou formalmente Maduro de narcoterrorismo e de conspiração para o tráfico de drogas, oferecendo inicialmente US$ 15 milhões por informações que levassem à sua captura.

O histórico da hostilidade de Trump contra Maduro remonta a 2019, quando o republicano reconheceu Juan Guaidó como presidente interino e impôs sanções severas, incluindo um embargo ao petróleo venezuelano. A estratégia, no entanto, fracassou em derrubar o chavista, e a própria oposição encerrou o governo simbólico de Guaidó em 2023.

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