Publicado em 20/08/2025 às 14h31.

Jerônimo e Cláudio Castro afirmam que letalidade policial não é de direita ou esquerda

Ambos os estados aparecem entre os que registraram os maiores índices de mortes em ações policiais em 2024

André Souza
Foto: Reprodução/Youtube

 

Os governadores Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, e Jerônimo Rodrigues (PT), da Bahia, afirmaram que a letalidade policial não pode ser tratada como uma pauta ideológica. Ambos os estados aparecem entre os que registraram os maiores índices de mortes em ações policiais em 2024, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025. As declarações foram durante o programa Diálogos, do jornal OGlobo.

Castro, opositor do governo Lula, ressaltou que Rio e Bahia também lideram o ranking de apreensão de armas. “Se um governador do PL e outro do PT são o primeiro e segundo lugar em apreensão de armas e letalidade policial, quer dizer que esse não é um problema de direita e esquerda”, disse. “Há uma desatualização do modelo constitucional de segurança pública. É preciso um rearranjo. Se não houver integração com o governo federal, o estado fica sozinho.”

Jerônimo concordou com a avaliação do colega e afirmou que o atual cenário é resultado da evolução do crime organizado, que, segundo ele, atua de forma mais estruturada no contrabando de armas e se infiltra em atividades empresariais e no sistema financeiro. “O novo modelo do crime organizado é esse que o Cláudio trouxe, então precisamos dar um passo à frente. Às vezes as pessoas dizem: ‘há 20, 30 anos não era assim’, mas o crime mudou”, declarou.

Críticas a PEC da Segurança

Apesar de aliado de Lula, o governador baiano fez ressalvas à PEC da Segurança, proposta pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que amplia a atuação da União na área.

Jerônimo disse apoiar os objetivos do texto, mas criticou possíveis sobreposições às competências estaduais. “Chamamos a atenção do ministro Lewandowski porque não pode colocar em xeque o lugar dos estados nisso. Os secretários estaduais fizeram críticas contundentes, mas também deixaram suas contribuições”, afirmou.

Castro também reconheceu pontos positivos na proposta, mas disse ver “falta de vontade política” do governo federal. Para ele, não seria necessária uma PEC para fortalecer o Sistema Único de Segurança, criado em 2018.

“Minha grande crítica é ser um processo via PEC. Esse sistema já existe. Dizer que para ser implementado precisa de PEC é na verdade criar um subterfúgio. Acho que depende muito mais de vontade política do que de PEC. Até porque a PEC você manda e não faz a menor ideia de como vai voltar, não tem opção de sanção ou veto. Então a gente se preocupa, falei isso com o ministro Lewandowski”, afirmou o governador fluminense.

André Souza

Jornalista com experiência nas editorias de esporte e política, com passagens pela Premier League Brasil, Varela Net e Prefeitura Municipal de Laje. Apaixonado por esportes e música, atualmente trabalha como repórter de Política no portal bahia.ba.

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