Publicado em 28/08/2025 às 10h33.

Taís Araújo expõe frustação com remake de ‘Vale Tudo’; veja vídeo

"Esse momento da Raquel voltar a vender sanduíche na praia, confesso que recebi com um susto porque não era a trama original",

Carolina Papa
Foto: Reprodução/TV Globo

 

A atriz Taís Araújo não escondeu a frustração ao falar sobre o enredo em torno da personagem Raquel na nova versão de “Vale Tudo”, escrita por Manuela Dias. A artista, que dá vida mocinha na novela, revela ter ficado “triste” com a mudança da trama original, mas que tem que lidar com a realidade de interpretar uma personagem que não é escrita por ela.

“Esse momento da Raquel voltar a vender sanduíche na praia, confesso que recebi com um susto porque não era a trama original. Então, para mim, a Raquel ia numa curva ascendente. Quando vi aquilo, falei: ‘Ué, vai voltar para a praia, gente?’”, informou a atriz em entrevista à Quem, na quarta-feira (27).

“Estou vendo tudo que as pessoas tão falando, tá, gente? Vendo, escutando, lendo, entendendo. Me alio para caramba com vocês nesse sentimento. Inclusive, às vezes de frustração. De querer um outro movimento. (…) Eu gostaria muito que a Raquel tivesse uma curva ascendente, poderosa”, pontuou.

Diferente da trama original, na nova versão, Raquel acaba perdendo toda a fortuna após ser traída pela sócia, Celina (Malu Galli), que vende a parte da empresa Paladar para a irmã, Odete Roitman (Debora Bloch). A mudança no enredo desagradou também internautas.

Na internet, o ponto levantado é a necessidade de uma melhor representação da mulher negra por Manuela Dias. Para a Quem, Taís endossou o posicionamento.

“Gostaria muito mesmo que a batalha que ela tivesse, o conflito em si, fosse de outra ordem. Conflitos éticos com Odete, por exemplo. E aí quando não tem, a gente tem que lidar com o que tem. E o que tem é isso. Também tinha a esperança disso [de repetir a ascensão da personagem] e gostaria muito de vê-la assim. Como mulher negra, como artista negra, de ver uma outra narrativa sobre mulheres negras”, destacou.

“Quando peguei a Raquel para fazer, falei: “Cara, a narrativa dessa mulher é a cara do Brasil. E ela vai ter uma ascensão social a partir do trabalho. Vai ser linda, e ela vai ascender e ela vai permanecer. Isso vai ser uma narrativa muito nova do que a gente vê sobre representação da mulher negra na teledramaturgia brasileira”. Quando vejo que isso não aconteceu, como uma artista que quer contar uma nova narrativa de país, e a dramaturgia proporciona isso, confesso que fico triste e frustrada”, complementou.

Taís Araújo pontuou ainda que, mesmo com as alterações desfavoráveis, defenderá a personagem por acreditar “na mulher negra que trabalha para manter uma família [e] que ascende socialmente”.

“Espero realmente que a vida devolva a ela o que ela dá para a vida. Porque aí a gente vai ter uma narrativa que é muito interessante. Aí a gente vai ter uma narrativa que acho ser uma narrativa contemporânea. Está na hora de a gente ver a população negra nesse lugar. A vida do empreendedor não é fácil. Mas a gente conhece muitas histórias de sucesso. E para além das histórias que a gente conhece, a ficção, ela serve para a gente se sentir possível, para sonhar. Ela tem um trabalho de responsabilidade, sim, na construção da narrativa, de um país. E como o país entende um povo”, cravou a esposa de Lázaro Ramos.

Carolina Papa
Jornalista. Repórter de política, mas escreve também sobre outras editorias, como cultura e cidade. É apaixonada por entretenimento, música e cultura pop. Na vida profissional, tem experiência nas áreas de assessoria de comunicação, redação e social media.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Settings ou consulte nossa política.