Indústria baiana debate desafios e oportunidades diante das mudanças climáticas globais

O segundo dia da INDEX – Feira da Indústria da Bahia, realizado nesta quinta-feira (28), em Salvador, foi marcado por um debate sobre os impactos das mudanças climáticas e os caminhos para que o setor industrial se adapte a esse cenário. No painel dedicado ao tema, representantes de grandes empresas ressaltaram tanto os riscos quanto as oportunidades econômicas ligadas à sustentabilidade.

O diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem, Jorge Soto, chamou atenção para a necessidade de integrar o meio ambiente à estratégia de negócios. Segundo ele, “cuidar do clima pode também dar resultados econômicos, no entanto, novas políticas públicas são necessárias para que as oportunidades sejam aproveitadas”. O executivo alertou que os fenômenos climáticos estão cada vez mais extremos e defendeu que a indústria precisa caminhar em paralelo à neutralidade de carbono.

Na mesma linha, Soto destacou o trabalho desenvolvido pela companhia com foco em antecipar cenários e reduzir impactos. “A Braskem já olha para a frente, simulando cenários futuros, para que possamos tomar iniciativas e evitar efeitos ainda mais extremos”, disse. Ele explicou que a estratégia da empresa é sustentada em três pilares: redução das emissões de CO2 por meio da eficiência energética e do uso de energia renovável, remoção de carbono e captura de emissões. Atualmente, 74% da energia elétrica adquirida pela Braskem no mundo já vem de fontes renováveis.

Representando a BASF, a diretora industrial do Complexo Acrílico de Camaçari, Tânia Oberding, reforçou a importância de estabelecer metas claras. Para ela, apenas com planejamento e prazos definidos será possível transformar a indústria química e reduzir os efeitos das mudanças climáticas. “As metas nos ajudam a trabalhar para chegar lá”, afirmou.

O painel evidenciou que o enfrentamento à crise climática deixou de ser apenas um tema ambiental e passou a ser encarado como estratégia de negócios. O debate ocorre em um momento em que a pauta ganha ainda mais destaque com a proximidade da COP 30, marcada para novembro em Belém (PA), e reforça o papel da indústria baiana na busca por soluções sustentáveis para o futuro.