Publicado em 06/09/2025 às 07h30.

Brochei na hora H, e agora? Entenda o que fazer para ter uma vida sexual melhor

Disfunção sexual atinge mais de 20 milhões de brasileiros, mas tem tratamento; saiba quais

Otávio Queiroz
Foto: Conteúdo gerado por IA

 

A impotência sexual masculina, também conhecida como disfunção erétil, é um assunto que ainda gera dúvidas e preocupações entre muitos homens. Afinal de contas, brochar “na hora H” pode trazer sensações negativas como ansiedade, medo, pressão, frustração e baixa autoestima. O problema é bastante comum e pode afetar homens de qualquer idade. Episódios isolados podem ser normais, mas quando a impotência se torna frequente, é fundamental buscar respostas e a ajuda profissional pode fazer toda a diferença para melhorar a qualidade de vida, seja com o parceiro ou parceira.

O que é impotência sexual?

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Estima-se que, no Brasil, mais de 25 milhões de homens tenham algum grau de impotência sexual, sendo que pelo menos 11 milhões apresentam o problema em nível moderado a severo. Além disso, mais de um milhão de novos casos surgem a cada ano, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia.

De acordo com o urologista Leonardo Calazans, o problema pode surgir de forma isolada ou persistente. “A disfunção erétil é a dificuldade contínua de conseguir ou manter uma ereção firme o suficiente para a penetração e a relação sexual. Ela passa a ser considerada um problema de saúde quando ocorre com frequência, causando sofrimento, prejudicando a autoestima e afetando o relacionamento”, explica o especialista.

“Um episódio isolado, de vez em quando, pode acontecer com qualquer homem, isso é normal. Mas, se começa a se repetir, merece investigação médica”, complementa Calazans.

Por mais que seja constrangedor, não há motivo para vergonha. Segundo o urologista, há uma série de causas diferentes para a disfunção erétil.

“Entre as causas físicas mais comuns estão problemas de circulação, causados por pressão alta, diabetes ou colesterol elevado. Doenças neurológicas e cardiovasculares, além de alterações hormonais como a baixa testosterona, também podem afetar indiretamente a ereção”, afirma.

Mente e corpo sãos, sexo em dia

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Apesar das causas físicas, fatores emocionais também comprometem o desempenho sexual masculino, como explica a psicóloga clínica e sexóloga Letícia Guimarães. “A função erétil não depende apenas do corpo, mas também do estado emocional. O cérebro é um dos principais órgãos sexuais, pois interpreta estímulos, desperta o desejo e coordena as respostas físicas”, detalha.

“Quando a mente está sobrecarregada, fatores como estresse, ansiedade, depressão ou conflitos no relacionamento podem interferir na excitação e dificultar a ereção. O organismo entende que não é o momento de relaxar e aproveitar”, completa a especialista.

Letícia destaca ainda que é bastante comum que a disfunção erétil tenha origem exclusivamente psicológica, mesmo entre homens jovens e saudáveis. “Muitas vezes, isso está ligado à insegurança e ao medo de não corresponder às expectativas, ou até a experiências sexuais anteriores que não foram positivas. Nessas situações, geralmente não há causa física, mas sim um bloqueio emocional que interfere diretamente na resposta sexual”, afirma.

Além disso, o estilo de vida pode influenciar significativamente. “Sedentarismo, má alimentação, consumo excessivo de álcool, tabagismo, uso de drogas e sono de má qualidade são fatores que comprometem a saúde geral e, consequentemente, aumentam o risco de disfunção erétil”, alerta Calazans.

Menos tabu, mais conversa

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Ambos os especialistas destacam que o primeiro passo para superar a disfunção erétil é o reconhecimento do problema e a disposição para buscar ajuda. Cada caso é único e requer avaliação médica individualizada para que o tratamento seja eficaz e traga bons resultados.

A automedicação, comum principalmente entre os mais jovens, deve ser evitada. “O uso de medicamentos sem orientação médica pode mascarar doenças graves, como diabetes e problemas cardíacos. Além disso, o uso excessivo pode causar efeitos colaterais como dor de cabeça, palpitações e até dependência psicológica do medicamento, fazendo com que o homem acredite que só consegue um bom desempenho sexual com remédios”, adverte o urologista.

Para Calazans, a adoção de um estilo de vida saudável é sempre o ponto de partida em casos de disfunção erétil. “Manter uma rotina equilibrada pode ser a chave para resolver o problema. Praticar atividades físicas, cuidar da alimentação, dormir bem e evitar o consumo excessivo de álcool e cigarro são atitudes importantes”, orienta.

Do ponto de vista emocional, a saúde mental também é essencial para uma vida sexual satisfatória. “A psicoterapia é bastante eficaz em casos de disfunções sexuais. O processo envolve identificar os fatores emocionais que estão interferindo e, com o apoio do terapeuta, desenvolver estratégias para enfrentá-los, resgatando a confiança no próprio corpo”, explica Letícia.

Quando as abordagens iniciais não são suficientes, Calazans lembra que existem diversas outras alternativas médicas disponíveis, desde o uso de medicamentos até procedimentos como injeções e, em casos mais graves, próteses penianas.

Os especialistas concordam que o diálogo e a transparência no relacionamento são fundamentais para manter uma vida sexual saudável. E reforçam: a disfunção erétil não é um problema sem solução.

“A disfunção erétil não é uma sentença. Quanto antes o homem buscar ajuda, mais rápido poderá retomar sua qualidade de vida sexual. Ignorar o problema só aumenta a ansiedade e o sofrimento. O melhor conselho é: não enfrente isso sozinho. Existe caminho para superar essa dificuldade e viver sua sexualidade de forma plena e feliz”, conclui Letícia.

Otávio Queiroz

Soteropolitano com 7 anos de experiência em comunicação e mídias digitais, incluindo rádio, revistas, sites e assessoria de imprensa. Aqui, eu falo sobre Cidades e Cotidiano.

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