Publicado em 18/09/2025 às 13h11.

Nelson Williams, investigado pelas fraudes do INSS, fica calado na CPMI

Advogado tem autorização do STF para permanecer em silêncio durante depoimento na CPMI do INSS nesta quinta-feira (18)

Redação
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

 

“Reafirmo. Não tenho nada a ver com os objetos da investigação desta CPMI. Nada.” Essa foi a resposta do advogado Nelson Wilians a quase todas as perguntas na manhã desta quinta-feira (18). Quem fez os questionamentos foi o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, que investiga os descontos indevidos no pagamento de aposentados e pensionistas.

Wilians estava munido de habeas corpus para permanecer em silêncio, concedido pelo ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele também se recusou a assinar o termo de compromisso com a verdade. Segundo ele, assinar o termo significaria abrir mão do seu direito ao silêncio. “Esse direito eu não abro mão, pela complexidade do tema tratado aqui. Tudo que eu disse e tudo que eu direi será verdade”, afirmou Willians.

Wilians fez uma declaração inicial negando conhecer Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, mas afirmou ter relação com o empresário Mauricio Camisotti desde 2015, que lhe foi apresentado por um amigo em comum, dando início a um contato profissional que “passou para amizade”.

Wilians foi convocado à CPMI por ter transações bancárias suspeitas com Camisotti, investigado por supostamente ser um dos beneficiários finais das fraudes envolvendo associações que lesavam os beneficiários. Ele foi alvo de mandado de busca e apreensão, cumprido pela Polícia Federal no âmbito da operação que apura fraudes no INSS.

O relator questionou se “a fortuna e a ostentação” do advogado, em algum momento, eram resultado do roubo dos aposentados e pensionistas lesados e se a Polícia Federal cometeu “o maior erro da sua história”, com busca e apreensão nas dependências de Wilians. Ele respondeu mas uma vez que não tem ligação com as investigações da fraude. O advogado disse abominar o que aconteceu no INSS e classificou os crimes de fraudes contra os aposentados como hediondos.

“Lesar um aposentado já é por si só um crime gravíssimo. Lesar milhões de aposentados é um atentado de proporções inaceitáveis, que agride não só um indivíduo, mas toda a sociedade, a nossa nação”, disse Wilians.

Próximos depoentes

Havendo tempo os próximos convocados podem ser questionados nesta quinta.

  • Tânia Carvalho dos Santos – esposa e sócia em empresas do “Careca do INSS”;
  • Romeu Carvalho Antunes – filho e sócio em empresas do “Careca do INSS”;
  • Rubens Oliveira Costa – sócio do “Careca do INSS”;
  • Milton Salvador de Almeida Júnior – sócio “Careca do INSS”;
  • Cecilia Montalvão – esposa de Camisotti e sócia de uma das empresas que trabalharam na modernização dos sistemas de Previdência.

 

Com informações da Agência Senado

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