Publicado em 26/09/2025 às 21h20.

Trânsito causa até 10 vezes mais sequelas que mortes, alerta CFM

País registra mais de 32 mil mortes anuais em sinistros de trânsito

Redação
Foto: Divulgação/Fenabrave

 

O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran Gallo, chamou atenção para o impacto dos acidentes de trânsito no Brasil durante o 16º Congresso Brasileiro de Medicina do Tráfego, realizado nesta sexta-feira (26) em Salvador. Segundo ele, o país registra mais de 32 mil mortes anuais em sinistros de trânsito, o que representa uma média de 92 vítimas por dia, e para cada óbito, há pelo menos 10 pessoas com sequelas graves ou permanentes.

“Falamos de jovens que deixam de estudar, homens e mulheres impossibilitados de trabalhar, famílias que passam a conviver com dependência e sofrimento prolongado”, afirmou Hiran Gallo. Ele destacou que, nesse cenário, o Brasil figura entre os países com maior número absoluto de vítimas no trânsito, ao lado de nações muito mais populosas, como Índia e China.

O presidente do CFM ressaltou que a medicina do tráfego vai além da atuação clínica. “Ela une a prática médica ao compromisso social, fornecendo dados, análises e soluções que orientam decisões do Estado e políticas públicas”, disse, destacando a importância da especialidade para prevenir acidentes e minimizar impactos.

Os impactos econômicos também foram abordados por Hiran Gallo. Segundo estimativas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os acidentes de trânsito geram custos anuais de R$ 50 bilhões, incluindo despesas hospitalares, reabilitação, gastos com previdência social e prejuízos de produtividade. “Esse valor seria suficiente para construir centenas de hospitais de médio porte ou milhares de escolas públicas”, afirmou.

O presidente do CFM concluiu enfatizando que cada sinistro grave não representa apenas uma tragédia pessoal ou familiar, mas também um impacto coletivo: “Os acidentes no trânsito drenam recursos públicos que poderiam fortalecer saúde, educação e segurança, evidenciando a urgência de políticas eficazes de prevenção e fiscalização”.

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