Publicado em 03/10/2025 às 15h31.

Polícia investiga uso de metanol em higienização de garrafas de bebida

Fábricas clandestinas são alvo da investigação; mais de mil garrafas foram apreendidas para análise após casos de intoxicação e mortes

Redação
Foto: Pablo Jacob/Governo de São Paulo

A Polícia Civil de São Paulo apura se o metanol foi utilizado na higienização de garrafas de bebida, em meio aos recentes casos de intoxicação registrados no estado. Essa é a principal linha de investigação das autoridades.

De acordo com fontes ouvidas pela TV Globo, fábricas clandestinas estariam empregando metanol — ou etanol adulterado com a substância — para limpar garrafas possivelmente falsificadas antes do envasamento. A apuração começou a partir do rastreamento das bebidas ingeridas pelas vítimas, passando por bares, distribuidoras e chegando a fábricas ilegais.

Ainda não há informações sobre os responsáveis pelo esquema nem sobre a origem do metanol, substância que não é comercializada no Brasil. Usado em solventes e produtos industriais, o metanol pode causar intoxicação grave quando adicionado a bebidas alcoólicas.

Na última quinta (2), a Polícia e a Vigilância Sanitária recolheram mais de mil garrafas suspeitas, das quais 250 foram encaminhadas ao Instituto de Criminalística (IC). O IC anunciou uma força-tarefa para apurar adulterações e contaminações.

O processo de análise ocorre em duas etapas: a documentoscopia, que verifica autenticidade de selo, rótulo, lacre e vedação, e o exame químico, que identifica substâncias presentes no líquido. Até agora, 10 amostras foram testadas e duas apresentaram resultado positivo para metanol.

Segundo especialistas, o metanol não possui cheiro, cor ou sabor e, quando ingerido, é metabolizado em substâncias altamente tóxicas, podendo causar desde tontura e visão borrada até cegueira irreversível, falência de órgãos e morte.

Diante do aumento de ocorrências, o Ministério da Saúde criou uma Sala de Situação nacional para coordenar ações com a Anvisa, vigilâncias estaduais e municipais, além de ministérios da Justiça e da Agricultura.

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