Publicado em 05/10/2025 às 11h00.

União Brasil abre processos para expulsar Celso Sabino

Apesar da pressão, o ministro tem resistido a deixar o cargo e reafirmado sua proximidade com Lula

Redação
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

 

O União Brasil abriu dois processos disciplinares que pode resultar na expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino, acusado de descumprir orientações partidárias e de ignorar o prazo estabelecido pela sigla para que seus filiados deixassem cargos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em atrito com o Palácio do Planalto, a direção nacional do União Brasil havia determinado que todos os filiados nomeados por Lula deveriam deixar os cargos até 19 de setembro. O partido afirmou que o descumprimento seria considerado infidelidade partidária, passível de expulsão conforme o estatuto interno.

Sabino, no entanto, optou por permanecer no cargo, mesmo após sinalizar que atenderia à determinação do partido. Na última semana, o ministro chegou a anunciar publicamente sua demissão, mas recuou, alegando que ficaria mais alguns dias para acompanhar Lula em compromissos ligados à COP30, em Belém (PA).

Mesmo após cumprir as agendas no Pará, o ministro segue à frente da pasta. Um dia depois, o processo disciplinar foi instaurado sob a relatoria do deputado Fábio Schiochet (União-SC), presidente do Conselho de Ética da Câmara. O parlamentar afirmou que Sabino terá até segunda-feira (6) para apresentar defesa.

Após o prazo, Schiochet deverá emitir um parecer recomendando absolvição ou expulsão. Segundo integrantes da sigla, a tendência é que o relator sugira a saída de Sabino. A eventual punição, contudo, dependerá de aprovação por três quintos da direção nacional do União Brasil.

Eleito deputado federal pela legenda em 2022, Sabino se licenciou do mandato para assumir o Ministério do Turismo com o apoio da bancada do partido. Pela jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), eventual expulsão não resultaria na perda de mandato parlamentar, permitindo que o ministro se filie a outro partido.

Apesar da pressão, o ministro tem resistido a deixar o cargo e reafirmado sua proximidade com Lula. Em evento ao lado do presidente na última quinta-feira (26), Sabino declarou: “Nada, nem partido político, nem um cargo, nem ambição pessoal, vai me afastar desse povo que eu amo e do estado do Pará, presidente. Conte comigo onde quer que eu esteja, para lhe apoiar e segurar na sua mão”, disse.

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