Acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas entra em vigor

O acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo palestino Hamas na Faixa de Gaza entrou em vigor às 6h, no horário de Brasília (12h no horário local), desta sexta-feira (10). As tropas do Exército israelense começaram a se reposicionar dentro de Gaza para as linhas acordadas na trégua, após a aprovação do cessar-fogo pelo gabinete do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, durante a madrugada. As informações são do jornal Estadão.

Um breve comunicado divulgado pelo gabinete de Netanyahu informou que a coalizão aprovou o “esboço” de um acordo para libertação de reféns. O texto não menciona, no entanto, se outros aspectos mais controversos do plano de cessar-fogo confeccionado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como o desarmamento do grupo palestino também estão previstos.

Um oficial de segurança israelense, entrevistado pela Associated Press (AP), apontou que o Exército de Israel deve controlar cerca de 50% da Faixa de Gaza, segundo as linhas acordadas no cessar-fogo.

Detalhes do acordo

De acordo com o líder do gabinete político do Hamas, Khalil al-Hayya, Israel concordou em libertar 2 mil prisioneiros palestinos, permitindo ainda a abertura de uma via entre Gaza e o Egito para que equipes de ajuda humanitária cheguem à região, devastada pelo conflito que completou 2 anos nesta semana.

O membro do grupo terrorista afirmou que todas as mulheres e crianças detidas em prisões israelenses também serão libertadas. Ele não ofereceu detalhes sobre a extensão da retirada israelense de Gaza.

Al-Hayya apontou que o governo Trump e os mediadores do Egito, Catar e Turquia deram garantias de que a guerra na Faixa de Gaza acabou. “Declaramos hoje que chegamos a um acordo para acabar com a guerra e a agressão contra nosso povo”, disse Al-Hayya em um discurso televisionado na noite de quinta-feira (9).

Visando apoiar e monitorar o cumprimento do acordo de cessar-fogo, oficiais americanos afirmaram ter enviado cerca de 200 tropas para Israel. Lá, eles integraram uma equipe internacional mais amplas. Os funcionários falaram sob condição de anonimato para discutir detalhes não autorizados para liberação.

Próximas fases

O acordo de cessar-fogo ainda prevê que Israel receba de volta todos os reféns que seguem na Faixa de Gaza. Segundo o Exército, dos 48 sequestrados, 20 são considerados vivos. Esse era o ponto mais urgente do plano para os israelenses e americanos.

Apesar do cumprimento de alguns pontos chaves do acordo, o plano de Trump conta com 20 pontos dos quais, aparentemente, alguns mais complicados foram deixados para uma fase futura das negociações. É o caso da definição sobre quem governaria a Faixa de Gaza do pós-guerra e se, em que medida e como o Hamas deporia suas armas.