Publicado em 10/10/2025 às 11h25.

ALBA mantém prisão de Binho Galinha, deputado acusado de liderar milícia

Parlamentares decidiram pela manutenção da prisão de Binho Galinha em votação secreta nesta sexta-feira (10)

Raquel Franco
Divulgação/AL-BA

 

A Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) decidiu pela manutenção da prisão do deputado Kléber Cristian Escolano de Almeida, o Binho Galinha (PRD). Em sessão extraordinária nesta sexta-feira (10), os parlamentares formaram maioria em votação secreta. 

A ALBA é formada por 63 deputados. Dez estavam ausentes na sessão. Dentre os 53 deputados que votaram, um foi pela abstenção, 34 pela manutenção da prisão e 18 pela revogação.

A votação foi feita pelo método tradicional de cédula na urna. As cédulas, rubricadas pela mesa diretora da Casa, diziam:

Em relação à prisão do deputado Kléber Cristian Escolano de Almeida,  Binho Galinha, como a vossa excelência resolve?

1 – Revoga a prisão

2 – Mantém a prisão

A mesa diretora chamou para votar primeiro os deputados com mais idade, depois seguiu a ordem alfabética. A sessão foi conduzida pela presidente da ALBA, a deputada Ivana Bastos (PSD) e pelo primeiro secretário, deputado Samuel Júnior (Republicanos).

Defesa

O advogado de defesa de Binho Galinha, Gamil Föppel, defendeu antes da abertura da votação, que a prisão preventiva é inconstitucional. Segundo ele, não houve flagrante, o que contraria a imunidade parlamentar, que só permite prisão de deputados federais, estaduais e senadores em caso de flagrante.

Parecer da CCJ

A Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) se reuniu na quarta (8) para ouvir a defesa do parlamentar e analisar o caso, mas não teve acordo sobre a constitucionalidade da prisão. O parecer da CCJ, divulgado na quinta-feira (9), reconheceu que a prisão seria inconstitucional, mas que a decisão “está em sintonia com a jurisprudência” do Supremo Tribunal Federal (STF). 

“A Comissão de Constituição e Justiça conclui no sentido de que a prisão preventiva decretada em desfavor do Deputado Estadual Kléber Cristian Escolano de Almeida (Binho Galinha) não é compatível com o texto literal da Constituição Federal e da Constituição do Estado da Bahia. Por outro lado, é compatível com a interpretação do texto constitucional que vem sendo adotada pela Suprema Corte Brasileira”, diz a decisão do parecer.

Entenda o caso

Binho Galinha foi preso na sexta-feira (3) após se entregar ao Ministério Público da Bahia (MPBA) em Feira de Santana por agentes que deflagaram a operação Estado Anômico.

Cerca de 20 agentes policiais e promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) cumpriram o mandado de prisão preventiva e escoltaram o deputado até Salvador, onde ele ficará custodiado em sala de Estado-maior no Complexo Penitenciário da Mata Escura.

Binho Galinha é apontado como líder de uma organização criminosa com atuação principalmente em Feira de Santana. Segundo o MP, o grupo adota práticas semelhantes às de milícias e é investigado por crimes como lavagem de dinheiro, obstrução da Justiça, jogo do bicho, agiotagem, receptação qualificada, comércio ilegal de armas, usurpação de função pública, embaraço a investigações e tráfico de drogas.

*Em atualização

Raquel Franco
Natural de Brasília, formou-se em produção em comunicação e cultura e em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Também é fotógrafa formada pelo Labfoto. Foi trainee de jornalismo ambiental na Folha de S.Paulo.

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