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Política
Publicado em 22/10/2025 às 12h39.

Deputada propõe à prefeitura mudar nome de praça em Salvador para Makota Valdina

Olívia Santana (PCdoB) apresentou indicação a Bruno Reis (União Brasil) para alterar nome da Praça Lord Cochrane, na Garibaldi

Raquel Franco
Foto: Divulgação/Desal

 

A parlamentar Olívia Santana (PCdoB) apresentou um pedido na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) ao prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), solicitando a alteração do nome da Praça Lord Cochrane, localizada na Avenida Garibaldi, para Praça Valdina Pinto.

Inaugurado em 2018, o local homenageia o almirante escocês Lord Cochrane, contratado por Dom Pedro I. Ele trabalhou como mercenário nas campanhas de guerra de consolidação da independência, principalmente nos estados do Maranhão e do Pará, sem vínculo direto com a capital baiana.

A deputada afirmou que a mudança do nome possui enorme significado representativo, já que a zona é caracterizada pela memória afro-brasileira. Segundo Olívia, a localização, que alojou engenhos e casas-grandes ligadas à escravidão, se transformou com o tempo em um foco de resistência e cultura negra, com a presença de relevantes terreiros de candomblé, como a Casa Branca, o Gantois, a Tumba Junsara, o Oxumarê e o Bogum, entre outros.

“É nesta área que nasceu e residiu Makota Valdina Pinto, educadora, líder religiosa e referência nacional na batalha contra a intolerância religiosa e na valorização da cultura banta. Sua trajetória se une diretamente às lutas da população negra da Bahia, sucessora de processos históricos como o 2 de Julho, a Revolta dos Búzios, a Revolta dos Malês e tantas outras contendas travadas por negros e indígenas pela liberdade e pela igualdade social”, afirmou Olívia.

A deputada disse que a alteração do nome da praça é uma ação de consideração ao território e à lembrança coletiva, reconhecendo em Valdina Pinto uma mulher negra que dedicou sua vida à educação, à manutenção da cultura afro-brasileira, à defesa da liberdade religiosa e à promoção da igualdade racial.

Raquel Franco
Natural de Brasília, formou-se em produção em comunicação e cultura e em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Também é fotógrafa formada pelo Labfoto. Foi trainee de jornalismo ambiental na Folha de S.Paulo.

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